LABORATÓRIO REVERBERA: RELATO DA EXPERIÊNCIA COM AYAHUASCA

Como eu prometi algumas pessoas , vou deixar aqui meu relato sobre a experiência com Ayahuasca:

Relato aqui a minha experiência para quem interessar saber, salvo que cada caso é um caso, cada pessoa vivi isso de forma diferente.

RITUAL XAMÂNICO – AYAHUASCA

Eu resolvi participar dessa experiência depois de muitos convites que recebi, sempre negava pelo fato de já ter mediunidade e receava que ela se amplia-se de uma forma que fugi-se a minha compreensão. Como muitas pessoas me procuravam perguntado se isso é do “Bem” ou do “Mal” , eu sou da opinião que se você não conhecer algo não pode classificar ou julgar , resolvi experimentar e hoje posso fazer o “meu julgamento” sobre isso , com relação a minha experiência , não posso nunca me referir a experiência dos outros , pois como falei anteriormente : “CADA CASO É UM CASO”.

Quando cheguei no Instituto de Rituais Xamânico percebi de primeiro instante, que parecia já conhecer as pessoas, o Chá ( que tomei num gole só), o sabor , o cheiro e tudo dava uma sensação de de já vu. Eu olhava para as pessoas sentadas na minha frente, porque não quis ficar de olhos fechados, e parecia que a minha vida toda tinha ocorrido naquela instante, naquele lugar. ( essa sensação dava paúra ).
O tempo passava e eu não sentia nada, pensei que nada mais iria acontecer, mas passado um tempo comecei a perceber os efeitos do chá.
Muitos anos atrás uma pessoa me bateu na orelha direita, eu nem sabia que carregava a dor no maxilar, eu senti a primeira coisa um alivio no maxilar direito, a dor esvaindo e como num filme , uma voz que fala começou me mostrar tanta coisa sobre essa pessoa que me agrediu , foi mostrando muitas coisas e uma raiva foi tomando conta de mim e nisso eles me levaram pra dentro de um cassino. Eu sempre gostei de jogos, havia uma roleta preta e vermelha na parede, muitas máquinas de caça níquel, uma música eletrônica de jogos mesmo. (Na verdade era um hinário que estava tocando que induzia eu ver essa sala de jogos ) . E nesse instante a VOZ diz: “tudo é um jogo, você está dentro de um jogo, lembre-se sempre disso”. E mostraram o porque aquela pessoa havia me agredido, que parte e que pesa do jogo ele era, aí a raiva deu lugar pra uma risada gostosa , tudo é um jogo.
Uma coisa que me deixa perplexa, que a história tinha começo, meio e fim, tudo seguia a lógica, e cada episódio ocorria dentro do período da música que estava tocando, mesmo antes de terminar a música eu já entrava em outra história, e quando percebia essa tinha tudo a ver com a música que estava tocando.
Como num sonho já estava em outro episódio e outros foram apresentados. Inimigos por inimigos que tenho nessa vida. Na verdade a vida sempre mostra, avisa como links, mensagens vindas de outras pessoas, mas a gente é cega e não vê. Foi me mostrando um por um os atos que fizeram pelas minhas costas que eu não via, muitos que se fazem de amigos estão empurrando para baixo e eu fiquei chocada com muita coisa que vi. Ficava mais chocada ainda porque o Universo o tempo todo me mostrando, avisando eu não via.
Cada inimigo que via a raiva crescia ai a VOZ vinha e falava:
“- Eu sempre tenho que te lembra de que isso é um jogo?! Você esqueceu de novo que é um jogo?!”. Eu sentia até vergonha por esquecer que era um jogo, e quando compreendia as pesas do jogo tudo ficava muito engraçado.
Quase no final do trabalhou falou assim a VOZ: “- Então tu achas que teu maior inimigo é fulano de tal?!”, pois esse fulano de tal tinha sido o maior choque pra mim, chorava profundamente de magoa e incredulidade.
E a VOZ continua: “- Pois vou te mostrar quem é o maior de todos nessa vida!”.
E mostrou! Não posso relatar quem é, mas posso dizer que essa pessoa manipulou a minha vida inteira, foi muito chocante o que vi e demorou um tempo para mim me recuperar disso e voltar ser o que era. (Foi o único momento do trabalho que vomitei, desculpa escrever isso, mas porque é isso que acontece com maioria das pessoas que tomam o chá, dizem que é purificação , não sei porque detesto vomitar , mas tive que fazer , pois as coisas que vi me levaram a esse ponto).
Além das pessoas que se fazem de amigas e não são, mostraram as pessoas Amigas e delas que a maioria dos avisos veem , e muitas vezes ficamos inimigos dos amigos pela sinceridade deles , e vamos atrás daqueles que nos “agradam” , mas é pura ilusão. Eu percebi quanta coisa invertida eu via quantas crenças erradas e quanto preconceito idiota carregava todos os elementos pra não deixar ver a VERDADE.
E depois desse último choque vem a VOZ de novo:
“APRENDA! Isso aqui tudo é um jogo!”
Todos os filmes que você assiste ,todas as músicas que ouve e todos os sonhos que tem tudo isso tem algum elemento real com a sua vida, diretamente com a sua vida, uma mensagem, um link, um fato que está ocorrendo na vida. Os sonhos todos eles são reais, TODOS, apenas quando voltamos aqui não conseguimos lembrar.

“APRENDA! Isso tudo é um jogo!”

RITUAL XAMÂNICO – AYAHUASCA

NO SEGUNDO TRABALHO DEPOIS DE 15 DIAS FOI TOTALMENTE DIFERENTE:

Dessa vez apareceu Jesus falando comigo:
A primeira coisa que ele explicou que a vida de Todos é uma via sacra:

Ele mostrava um pedaço da via sacra dele e depois os episódios da minha vida que tem a ver com isso tudo, eu achei interessante , os links eram perfeitos , tudo seguiu uma lógica , uma coerência com os fatos que é impossível dizer que isso tudo é alucinógeno. Dentro de tudo isso tinha momentos pesados, triste, sofridos, mas logo vinham imagens explicando o porquê de tudo e tudo começa a ficar leve. Nisso eu já tinha “andado” tanto que esqueci que estava falando com Jesus, nesse momento ele aparece novamente e mostra mais um episódio e lá vou eu navegar nas lembranças e entender o porquê dos fatos.

Não me lembro de tudo, porque são 4 horas de trabalho e nessas 4 horas acontece muita coisa que é impossível lembrar todos os episódios, mas vou relatar algumas coisas marcantes:
Uma delas foi que Jesus falou o seguinte: “- Quase ninguém sabe e muito menos comentam isso, mas um dos momentos mais difíceis foi o batismo na água...”, porque foi naquele momento que o espírito santo desceu e teve que se materializar na forma de Jesus.
(Eu lembrei que quando tinha oito anos de idade gostava de ir a missa todos os dias, eu e minha amiga de infância que era dois anos mais velha. Um dia comecei ver bolas coloridas ao redor do Padre e me deu um sono muito forte, falei para a minha amiga que ai sentar porque estava muito cansada, naquele instante me vi caindo, caindo num buraco sem fim . Ela assustada começou a me chamar e perguntou se tudo estava bem, eu voltei do transe e disse sim esta tudo bem, mas ela ficou apavorada , pois disse que eu estava caindo do banco e estava com os olhos virados (branco). Acredito que foi naquela hora que cai aqui de corpo e alma. )
Eu via tudo como filme a história dele e interagia diretamente com Jesus, é como você estar nas duas dimensões ao mesmo tempo... Aqui e lá... E a partir desse momento percebo que tem dois Jesus conversando comigo, um falava umas coisas e outro outras, um tinha o semblante leve e olhos azuis e outro me olhava desafiador, com um ar irônico e os olhos vermelhos.
Eles foram mostrando as coisas; como na primeira experiência eles me mostraram meus inimigos, nesse eles me mostraram que o meu maior inimigo SOU EU MESMA.
Jesus fala:
“- Não precisava Você estar aqui nessa vida, não era pra você vir, mas você quis e disse que dava conta. Você lembra quando as pessoas diziam que você é parecida com a Cássia Kiss? Você sabe que isso é um link pra você se ver, mas você nunca quis se ver? Você sabe qual é o teu maior defeito?! Você é bipolar! Por isso já te perdi várias vezes, por causa dessa bipolaridade, mas não quero te perder novamente.”
A princípio fiquei pasma, paralisada e triste comigo mesmo, pensava assim: “EU sou bipolar?!”. Comecei buscar os vários links da vida que já havia percebido, olhava as outras pessoas, mas não me via, não via que eu sou bipolar. Ele olha e me diz: “... já te perdi várias vezes por causa dessa bipolaridade...” e isso ecoava dentro da minha cabeça.
Comecei a perceber que todas as perguntas que fiz há Deus um dia, todas elas tinham respostas, aquelas que não foram dadas no decorrer da Vida estavam sendo respondidas naquele instante.
Uma dessas perguntas era o porquê me chamam de 14:14?!
Há um ano antes dessa experiência eu ouvi alguém me dizer que eu era a 14:14, me chamaram várias vezes de 14:14 , fui em grupos espíritas,esotéricos, wicca e perguntei o que era esse 14:14?! E ninguém tinha essa resposta.
Foi nesse trabalho da Ayahuasca que eles me deram a resposta.
A Voz falou: “O porquê você sente necessidade de ser importante? De fazer algo grandioso? De construir o skate que voa? Você não precisa disso, você está aqui pra consertar algo, pra se recuperar, porque você já fez uma coisa importante.”.
Eu fiquei pensando nisso tudo: consertar?! Recuperar?! Eu sabia que fui uma suicida, que venho vidas após vidas com sintomas desse suicídio. Tinha visto isso em sonhos, numa sessão de hipnose e também em centros espíritas.
A VOZ me tira desses pensamentos e pergunta: “Você sabe o que é 14:14?”. Eu só penso: “não faço ideia”.
A VOZ: “É 14 Bis! Você não gosta do Santos Dumont?

Eu lembrei que guardo foto dele, que quando era pequena, tinha uns cinco anos de idade, tive a visão de um dirigível passar em cima da minha casa, mas se isso fosse verdade minha mãe também teria visto e teria batido na telhado de tão baixo que estava. E nem sabia o que era aquilo, só depois que cresci e vi em livros que recordei da visão do dirigível.
A VOZ responde: 14:14 é 14 BIS – Você foi Santos Dumont.
Eu pirei !! 14:14 ....14 Bis ...eu gosto de aviões , só durmo com som de ventilador ligado, parece um portal , o som de uma turbina que me trás paz ...guardo a foto dele ...como assim ?!!! É mesmo?!! Eu venerava um amigo que foi piloto da Varig, saltei de paraquedas, amo andar de aviões e sentia uma tristeza dês da infância nos domingos quando ouvia o som de algum avião passar em cima de casa... Uma tristeza... Uma angústia... E até hoje sinto isso , quando tudo está parado e passa no céu aquele avião, com um som nostálgico triste.

Nossa! Todas essas lembranças vêm à tona e nisso salto o episódio.
Agora não é mais a VOZ que fala e sim Jesus que aparece novamente:
Foi mostrando algumas coisas da via sacra dele, isso e aquilo, nesse instante resolvo sair da sala onde estava e sentar na varanda lá fora, e Jesus vem e fala:
“ – A Tua salvação está no mel! .
Lembrei-me dele no deserto , da tentação que ele passou , lembrei que ele se alimentou apenas com mel, lembrei que existe uma citação de Albert Einstein:

"Se as abelhas desaparecerem da face da terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais não haverá raça humana".

Lembrei que o dono da casa havia matado as abelhas para pegar a casinha delas para ele e aí chamei a “madrinha”, falei estranhamente a ela:
“- Tu permitiste ele matar abelha rainha! Você permitiu que matasse a tua própria espécie! A tua Feminilidade!”.
Sentia-me ligada com a colmeia, um amor imenso por elas e como se fosse a Grande Mãe falando!

Novamente vem Jesus mostrando episódios da via sacra e ele pergunta:
“-Você não gosta de galo não é mesmo?! Você tem pavor do canto dele não é mesmo?!”.
Eu vou lembrando que detesto o canto do galo, aquele amanhecer triste, aquele canto assombroso, quase igual o sentimento do som do avião no finalzinho de tarde de domingo.

Jesus fala: “- Você não gosta porque me renegou três vezes!” ( Fiquei Pasma). Ele continuou: “– Você me renegou antes do galo cantar”.

Nesse instante lá no trabalho escuto um galo cantar de longe, a “madrinha” que é a pessoa que fica nos acompanhando nos trabalho estava do meu lado, eu olho e pergunto:
-Tu ouviste o galo cantar?! ( Já era umas 3:00 Horas ) .
Ela com um sorrido estranho responde: “sim”
Eu olho pra ela e dou risada, uma risada de medo, de perplexidade, de vergonha de todo aquele sentimento que Pedro sentiu ao renegar Jesus. Eu estava sentada naquele instante na varanda do Instituto, se eu pudesse enfiava a cabeça na terra de vergonha.
Jesus diz: “Sim! Você foi Pedro!”.

Eu horrorizada, começo a rir de desespero e digo a “madrinha”:
“- Eu fui Pedro! Tu acreditas?! Eu fui Pedro!”. Eu fiquei pensando porque Pedro? Preferia ser até Judas, mas Pedro?! Era um sentimento de vergonha horroroso.
Eu resolvi sair da varanda, voltei pra um quarto que tinha no Instituto e quis ficar sozinha, queria que aquilo tudo terminasse de uma vez. Naquele instante Jesus que estava num quadro enorme sai dele e fala comigo.
“- Você foi avisada várias vezes pra não tomar Ayahuasca, mas como sempre você faz o que quer então agora você tem que aguentar até o final as consequências. Mas te aviso, não venha no próximo trabalho e se possível nunca mais participe desses trabalhos, pois você não vai aguentar.”
E assim fiquei lá sentada esperando terminar os trabalhos e pensando em tudo que havia acontecido numa misto de alegria, tristeza e de perplexidade. Todas as encarnações que vejo em sonhos e na hipnose eram imagens, nesse trabalho era mais do que imagens, eram sensações reais, e nunca se quer tinha pensado em ter sido Santos Dumont e muito menos Pedro. E todas as outras encarnações que tinha vista, nada delas apareceram. E nessa meditação toda lembrei que de um tempo para cá escuto a VOZ dizer: “Reencarnação não existe”, ouvi duas vezes ela me dizer isso e foi nesse momento que ouvi pela terceira vez, mas vinda de Jesus:
“- Reencarnação não existe.” “Não da forma que Vocês pensam!”. Enquanto ele fala isso, eu vou me perguntando:
“-Então! O que são todas essas vidas que vejo?! E essas duas que vocês acabaram de me mostrar?!”.
Ele responde: “Todas as outras vidas são apenas hologramas, imagens colocadas pra você aprender”. “Não existe na verdade Tempo, o tempo é algo terreno, para vocês aprenderem, mas tudo é agora, tudo está acontecendo num átimo de tempo”. “Você vai compreender essas duas vidas com o tempo terreno”.
Nossa! Eu compreendia e ao mesmo tempo sentia uma perplexidade de tudo aquilo! Passei anos da minha vida acreditando em coisas erradas, seguindo doutrinas, nunca ninguém vai acreditar nas coisas que vi e senti, mas dei um salto em mim mesmo depois disso tudo. Fiquei lembrando-se das minhas afirmações, pois eu afirmava de pé junto que existe reencarnação, porque aprendi isso com doze anos fazendo meditação e sozinha cheguei a essa conclusão. Não foi ninguém que me falou, foi eu mesma, na época nem conhecia a palavra reencarnação, pré-adolescente que era, usava o termo “outras vidas” pra falar isso com as pessoas. Eu dizia assim: “De tudo nessa vida uma coisa que tenho certeza é que existem “outras Vidas”!”. Sim outras vidas , agora entendo , mas não reencarnação. Percebi que nada podemos bater o pé nessa vida, infinitas possibilidades, quantas coisas invertidas eu via?! Girei 360º!
Bom! Ficou um impasse, daí 15 dias teria outro trabalho, e Jesus me avisou para não ir e agora?! Qual dos Jesus não quer que eu vá?! Por quê?

RITUAL XAMÂNICO – AYAHUASCA

NO TERCEIRO TRABALHO DEPOIS DE 15 DIAS FOI TOTALMENTE DIFERENTE:

Vou relatar alguns fatos que começaram acontecer durante as duas semanas que se sucederam antes do terceiro trabalho, pois esse seria após 15 dias.
Comecei sentir dor nos joelhos e percebia que era meu pé que travava no chão, eu girava a perna forçando assim o joelho. Do nada isso parou de acontecer , mas um belo dia começou novamente, nesse instante percebia que era a sandália que estava usando , era exatamente a que usava quando ia ao Instituto. Não podemos entrar de calçados, então eles sempre ficam do lado de fora. Começou acontecer coisas estranhas na casa em que eu estava morando, eu e meu companheiro. Objetos mudavam de lugar, o fogo do fogão apagava sozinho ou abria sozinho que ficava um cheiro de gás insuportável.
A minha intuição estava a mil, tudo eu percebia, via até a grama se mexer, a vida nela, lindo demais .

Tudo era muito intenso, tanto que na época tirei a foto do incenso que ascendi por causa da volta que ele fez ao queimar, mas sem querer e nem se quer sabia, registrei a imagem de um geniozinho. ( Postei na época no FB).

Eu tropeçava dentro de casa em algo, via apenas alguém no astral colocar o pé para mim tropeçar, via apenas o sapato. E assim foram acontecendo coisas após coisas.
Dês do momento que coloquei meus pés no MT, sentia medo da morte, coisa que nunca tive, pois venho anos na doutrina Kardecista que é muito reconfortante perante a morte. E outra coisa que eu via mesmo antes dos trabalhos e chegar nesse lugar , foi uma legião de homens vestidos de branco, um homem moreno e gordo vestido de branco era o chefe deles (parecia um coronel) ,com todos outros mais jovens e magros trajando igual a ele que o acompanhava .Na visão ele falava que estava me esperando ( as roupas deles lembra Zé Pilintra) .
Eu perguntava pro meu companheiro se ele conhecia algum coronel nesse lugar ou grupo que se vestia de branco, mas ele sempre afirmando que não.E assim continua a se suceder coisas estranhas. Um delas foi a pergunta que meu companheiro vez um dia antes dos trabalhos: “Como que você deseja morrer?!” A VOZ vem e diz pra mim: “Não responda!”. Eu fiz de conta que não ouvi.
Meu instinto avisando o que eu devia fazer o tempo inteiro, a lugares que não devia ir , nunca ir no meio da floresta , ou lugares isolados. Eu não estava entendendo o porquê daquilo tudo. Sempre que fazia alguma pergunta ou comentários nas visitas que fazia na casa dos “padrinhos”, nunca havia uma resposta concreta, da parte dela sempre um “risinho” de resposta e a dele “isso é ego”. Tudo era ego!
E o aviso de não participar do terceiro trabalho?! Qual dos Jesus me avisou?!
Resolvi enfrentar esse medo e participar do terceiro trabalho.

Lá estava eu novamente sentada na cadeira dentro do Instituto tomando o Ayahuasca. O “padrinho” sempre me olhando com um olhar sorridente, meio estranho e percebia que conversávamos telepaticamente.
Nesse instante senti meus braços endurecer, me vi como se fosse uma grande imagem, num lugar árido, havia pessoas me adorando, como se eu fosse uma grande Deusa. As pessoas ficavam pequenas diante dos pés da imagem, elas adoravam a Deusa.

Nesse instante fiz uma oração e desejei que todas aquelas pessoas sentisse a paz, o amor e que tivessem toda a prosperidade para suas sobrevivências.
Vem a VOZ que diz: “Em algum lugar desse Universo existe uma Imagem Tua em que as pessoas te veneram como uma Deusa”.
E assim como nós outros dois trabalhos anteriores os episódios iam mudando conforme as músicas. Só que nesse trabalho as músicas são irritantes, colocaram só músicas de umbanda, umas vozes finas, uma letras realmente irritantes e percebi que estava numa roubada.

Nesse trabalho apenas a VOZ falava comigo e como eu havia perguntado o porquê uma vez me vi me transformar em uma pantera negra, eles me mostraram o momento da existência que passei por essa experiência.

Eu quando estava no reino animal ataquei um Ser Humano, e esse é o maior crime que um animal pode cometer. A VOZ explica que os animais só atacam os Ser Humano em ultima instância , pois a Engenharia Universal é perfeita, a pior carne, a que o gosto horrível e a do ser humano, nenhuma espécie faz questão de comer o Ser Humano, até o tubarão da uma mordida e solta, por que o sabor realmente é desagradável. E quando o animal ataca o ser humano ele já gera um carma, e foi nesse instante que começou o meu.

Assim já troca a música e os episódios e me vejo como uma Mulher Africana carregando o jarro d’água e uma criança do meu lado, andando num lugar árido, seguindo um pequeno riacho. Vem a Voz e fala uma frase que tinha visto num sonho:
“ É muito fácil colocar sempre a culpa numa mulher!” .E assim volta imagens daquele que me agrediu , o qual comentei no primeiro episódio , o machismo !

Foi se sucedendo imagens daqueles que me amam eu magoei, eu pedia desculpa um a um deles. E assim as músicas continuavam a me irritar, estava vendo coisas desagradáveis e o caldo estava esquentando. As outras pessoas vomitavam sem parar, eu nada. Até que toca um dos hinários falando da magia negra, cantava assim: “ Porque tanto preconceito com a magia negra”...Nossa!! Cai em mim! E agora?! Jesus me avisou que não era pra vir no terceiro trabalho, aqui estava eu no meio da magia negra.
Pedi para ficar novamente na varanda e eles me levaram, caminhar é muito estranho, não tem chão. Eles ajudam, levam pelo braço e falam, vamos você consegue. Sentada na varanda vendo a chuva cair, vem os episódios de quantas vezes a chuva me salvou de momentos difíceis, eu sempre falando que não gosto de chuva e até a ela pedi perdão.
Olhando para o chão, na terra se forma olho que tudo vê, ele fala comigo.
“Eu gosto de obras, de grandes prédios, edifícios, metrópoles e gosto de ficar no topo do mais alto”. Nisso do chão começaram brotar prédios, ele em segundos construiu uma enorme cidade e ficou no topo de um edifício olhando tudo.

Eu já estava passando mal com todas aquelas imagens, um cheiro de ervas que eles estavam queimando, guiné irggg só de lembrar me enjoo daquilo tudo, a fumaça dos cachimbos dos “padrinhos” o tempo todo, aquelas músicas horrorosas eu teria que ficar até o fim.
Nisso vem a “madrinha” e pergunta se eu quero mel. Fiquei pasma! Pensei: “ Mel custa caro, eles estavam sem dinheiro, o porque foram gastar dinheiro para comprar mel?! Por que eu falei que Jesus me disse que mel era a minha salvação?!”
Eu olhei para ela e perguntei: “ Vocês compraram mel pra mim?!”...ela com um olhar estranho só acenou com a cabeça positivamente. Eu comi duas colheradas de “mel”, não lembro o sabor, se realmente era mel. Comecei a passar mais mal ainda, e nesse instante a “madrinha” me convida pra sentar de baixo de uma árvore, eu não queria, ela insiste e leva a cadeira lá.
Quando eu sento uma Voz meio irônica começa a falar comigo e diz: “Você não disse que gostaria de ser enterrada de baixo de uma arvore?! Pois aqui está!”.
Nesse instante o pavor assumiu conta de mim, eu estava na beira da morte, não queria morrer longe da família e minhas filhas?! Jesus aparece com alguns Anjos e fala: “-Nós te avisamos para não participar do terceiro trabalho! Agora só você pode te ajudar e a única coisa que pode te salvar e você ficar acordada, se você dormir nunca mais iremos nos encontrar.”
Eu não estava suportando ficar acordada, o que me deram estava me matando, mas eu tinha que ficar acordada e de olhos abertos. Sentada na cadeira, de baixo da árvore olhava as estrelas do céu e pedia misericórdia do fundo do meu ser.

E a voz irônica volta e começa a falar e me mostrar um vida , lá nos primórdios da humanidade, onde eu era uma indígena africana feiticeira da magia negra. Dominava uma tribo inteira pelo medo e magia, tinha um poder absurdo até necromancia . Nos rituais eu me pintava toda e dançava uma dança louca ao redor da fogueira e dava gritos apavorantes. Um ser repugnante que viveu muito, morreu bem velha e eu me sentia aquela velha sentada na cadeira, ao redor de mim milhares de obsessores esperando a minha morte pra se banquetearem.
Eu olhando o céu, as estrelas e pedindo misericórdia!

Nisso eu vejo o “padrinho” fazendo macumba nas minhas sandálias que deixei para fora da porta, ele soprava a fumaça do cachimbo nelas e depois pisoteava em cima . Nisso tudo vem a tona como um filme, percebi a magia em que estávamos metidos, comecei a ver quem eram os meus inimigos e ali estava a mercê deles. Percebi o porquê meus pés travavam no chão nos semanas anteriores, era aquela sandália. Levantei da cadeira, resolvi enfrentar tudo, mas teria que ser astuta para eles não descobrirem que eu já estava sabendo de tudo.
Nisso a Voz me diz : “ Protege teu companheiro”. Eu com uma sensibilidade incrível, estava na frente da casa, mas enxergava o que estava acontecendo nos fundos. Peguei a mão da “madrinha” e disse : “Vem comigo!”. Naquele instante resolvi tomar as rédeas, não ia mais ficar mercê de ninguém , de ritual algum , de bobeira e fantoche de ninguém.
O que eu vi nos fundos da casa foi espantoso, era uma cena desesperadora, meu companheiro se “arrastava” pelas paredes da casa como um calango, e o “padrinho” atrás dele o tempo todo com seu cachimbo e o ar de zomba. A “madrinha” quando viu a cena olhou para mim e perguntou: “Está tudo bem?!” . Eu respondi: “Sim! Eu já tinha visto isso tudo , mas e você está bem ?!”, ela acena com a cabeça positivamente. Pois para mim tudo era um dejá vu.
Passado esse episódio, sentamos os quatros na grama, eu olhando o céu a espera do amanhecer, foi à noite mais longa da minha vida. O “padrinho” vez uma fogueira , estávamos olhando ela quando acontece um estouro, nós três rolamos na grama como numa cena de um filme (eu, meu companheiro e a “madrinha”) . Senti por alguns segundos a liberdade de ser eu mesma, como se “aquele” que estava dentro de mim rolou mais longe, bateu no muro e depois voltou pra dentro de mim. O “padrinho” colocou gasolina na fogueira e correu para trás da parede da casa, eu só vi olhar dele de zomba quando rolamos todos na grama.
Eu percebi então que o tal da Ayahuasca é outro espírito, eu o senti com impacto sair de mim e voltar, com o estouro da fogueira. Mas quando ele voltou, voltou com tudo, encheu a minha cabeça de cenas horrorosas, falou que a culpa dos acontecimentos que iriam se suceder na minha vida era culpa minha, eu que tinha escrito a história e ela ia acontecer. Nesse momento um desespero horroroso toma conta de mim, pesso a DEUS que tenha de piedade e como se eu tivesse com aquele livro na mão, queimei as paginas na fogueira e clamei piedade.
A VOZ vem e me fala : “Deixa o Johnny Depp em paz”. “Pois esse moço já sofre demais”. Achei super estranho falar do Johnny no trabalho, mas aí eles me mostram as cenas do que acontece, pois de tanto eu falar nele deixei duas pessoas viciados no filme Piratas do Caribe, mas a mensagem mesmo só fui entender no final do trabalho o que realmente significava : “Deixa o Johnny Depp em paz”.
Não via hora que aquele trabalho horroroso termina-se , por zomba a “madrinha” diz que teria mais meia hora de trabalho, essa meia hora foi a eternidade. Sentada olhando para dentro da casa a luz apaga, depois acende e eu olho para o lado todos estavam ali fora, não havia ninguém lá dentro para apagar a luz e nesse instante a Voz irônica responde: “- Sim! Sou eu mesmo! E a luz vai ficar apagada!” ele apaga a luz da casa.
Percebi que estava envolvida com uma força maior, não eram só as pessoas que estavam nesse trabalho, que esta tudo sendo induzido por “alguém” e esse “alguém” é das trevas. Participei de um verdadeiro ritual de magia negra, foi bom porque queime meu passado, meus carma e inimigos pesados nesse ritual , mas paguei caro e esse preço foi quase a vida. Pois muita coisa aconteceu depois dessa noite que irei relatar amanhã.
Pra encerrar os trabalhos voltamos novamente pra dentro do Instituto e ouvimos mais algumas musicas, eu estava com um echarpe vermelho que havia tirado de pescoço e o “padrinho” sentado com os pés em cima do meu echarpe e largando a fumaça do cachimbo, eu fazendo que não via nada. Depois ele se sentou atrás do meu companheiro e assoprava a fumaça nas costas dele .
Lembrei que quando vi o tarô para ele, sempre havia um inimigo nas costas, eu perguntava a ele assim: “Tem alguém que fica nas tuas costas no trabalho?”, mas esse trabalho nós pensávamos que era o profissional e ninguém ficava nas costas dele lá, e nesse instante entendi qual trabalho era. Como eu sempre aconselhava ele mentalizar um espelho nas costas , eu mesma fiz isso naquele instante. Criei um espelho mental nas costas do meu companheiro e vi olhar de assustado que o “padrinho” vez e olhou abruptamente para mim . Eu mentalmente falei para ele : “ Se tu és poderoso , lembre-se que eu também sou !”.
Encerrado o trabalho a “madrinha” veio toda faceira me entregar o echarpe vermelho e eu com toda a “minha bondade” coloquei o lenço no pescoço dela e disse : “É teu!! Deixo ele de presente para você!” , mais uma vez o “padrinho” me olha com assombro, pois a magia que ele tinha colocado no lenço já deixei lá. E também as roupas, porque quando chegamos lá, as mulheres, tem que usar saias e como sempre ia de moto , tinha que trocar a roupa lá e essa roupa toda estava “macumbada”, deixei o chinelo e a calça que chamava de Johnny Depp .
Literalmente eu cheguei a beira da morte, quem me conhece pessoalmente me viu só osso quando cheguei em casa.

ღ Maria Eugenia Susan Zeni ღ