terça-feira, 23 de junho de 2015

O TARÔ MITOLÓGICO - 22 ARCANOS MAIORES

A Origem das Cartas de Tarô


A origem das cartas de Tarô - quem primeiro as idealizou, quando, onde e com que objetivo - permanecem vagas e duvidosas, apesar dos inumeráveis livros e artigos que tentaram desvendar o mistério que envolve tais cartas. O encanto permanente pelas cartas de Tarô é evidenciado não somente por alguns desses escritos bem fundamentados e pesquisados e, às vezes, impressionantemente místicos, mas também pelo fascínio que exercem sobre os leigos, apesar das constantes tentativas por parte dos céticos em relegá-las a níveis inferiores de adivinhação, como a leitura de xícaras de café, bolas de cristal e outras. Ainda assim, as cartas de Tarô mantiveram a imaginação dos homens durante, pelo menos, 500 anos e possivelmente muito mais; e, sem dúvida, parece que o interesse continua o mesmo.

O que faz com que essas figuras exerçam  um mágico encanto, inclusive em indivíduos que se consideram racionais e sem qualquer tendência em acreditar nos mistérios do ocultismo? A resposta pode ser, em parte, porque as cartas de Tarô não são "ocultas" - ou seja, elas não são sobrenaturais ou mágicas, no sentido em que essas palavras são geralmente usadas, e pelo fato de que não são propriedades exclusivas do iniciado esotérico, mesmo que alguns estudantes pensem que o sejam.  


É preciso conhecer um pouco dessa nova visão do mundo que o hermético neoplatonismo adotava para, dessa forma, podermos entender um pouco melhor o significado das cartas do Tarô. Também poderemos ter uma ideia do motivo pelo qual o Tarô caiu em tanto descrédito a ponto de suas cartas serem associadas ao próprio trabalho do Demônio. Essencialmente, a nova visão do mundo desafiava a velha ideia medieval de que o homem era uma pobre criatura pecadora que somente podia conhecer Deus por meio de Sua única intermediária, a Igreja. “Que grandioso milagre é o homem!” tornou-se o grito da reorganização da Renascença, pois, de acordo com a nova visão, o homem era o maravilhoso co-criador no Cosmos de Deus. 


O movimento hermético neoplatônico acreditava que o ser humano era, na essência, um microcosmo do Universo maior e que, portanto, o autoconhecimento - conhecimento da alma - era o único e verdadeiro caminho religioso pelo qual era possível reconectar-se com as origens divinas.


" Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo."



É claro que o autoconhecimento foi a primeira máxima dos gregos: "Conhece-te a ti mesmo", inscrita acima do portal do templo de Apolo, em Delfos. E o conhecimento do ego significava o conhecimento dos diversos esforços e impulsos interiores do homem e da mulher, alguns sombrios e outros iluminados, assim como o conhecimento dos ciclos de desenvolvimento da vida humana. 

Para a recém-despertada mente da Renascença, a multiplicidade de deuses gregos parecia uma melhor e mais autêntica analogia dos padrões complexos do Universo do que o mundo estático da Trindade, com a sua exclusiva divindade masculina e caridosa. Além disso, se o homem fosse um grande milagre e co-criador no Cosmos, então teria direito de interferir consigo mesmo e com o seu mundo, e até de melhorar a criação não tão perfeita de Deus em vez de, obediente, aceitar o seu destino de acordo com os dogmas religiosos. É óbvio que a Igreja tinha de retaliar com grande ferocidade e, eventualmente, forçar essa nova visão à marginalização durante os dois séculos seguintes. 


As imagens dos deuses gregos que aparecem em pinturas, como aquelas de Botticelli e as dos primeiros baralhos de Taro, não são meros ressurgimentos de veneração pagã. Elas eram consideradas símbolos de grandes leis agindo por toda a Criação. A meditação, com essas imagens, destinava-se à recuperação da "memória" do mundo divino da alma, elevando a consciência individual que se achava presa ao mundo trivial da matéria, e ligando a pessoa com a sua fonte verdadeira.
Naturalmente, a Igreja considerava o aparecimento dessas imagens pagãs como obra do Demônio e, energicamente, reprimiu os estudos que lidavam com esses assuntos heréticos. Até o advento da chamada Era da Iluminação, que introduziu a visão "científica" e, aparentemente, colocou um fim aos absurdos místicos dos séculos anteriores, as cartas de Taro foram relegadas à vida sombria dos ocultistas dos séculos XVIII e XIX. Não mais acessíveis ao público e sem qualquer importância para uma visão filosófica e espiritual aceitável à sociedade, as cartas foram progressivamente manipuladas e mudadas de acordo com as crenças espirituais particulares do grupo ou da ordem que as possuísse.

Portanto, as atuais cartas de Taro são interessantes mesclas influenciadas desde o pensamento cabalístico até as lendas arturianas, e das práticas mágicas atuais até o simbolismo rosa-cruz. Por mais interessantes que sejam, esses híbridos perderam sua universalidade original e o leitor que deseja aprender mais a respeito das cartas é, muitas vezes, confundido pelo simbolismo obscuro e, em alguns casos, pela rígida doutrina moral e espiritual que foi incutida por uma escola de pensamento particularmente esotérica. 

Livro - O Tarô Mitológico de Juliet Sharman - Burke e Liz Greene




O Tarô Mitológico


Neste livro, tentamos restaurar alguma de sua simplicidade original e da acessibilidade às cartas de Tarô, redesenhando o baralho de acordo com as imagens dos deuses gregos tão caros aos artistas e autores da Renascença e que agregam os fundamentos culturais da vida ocidental. Os deuses gregos continuam sendo as imagens mais fundamentais e precisas que descrevem o funcionamento multilateral e multicolorido da psique humana. Eles são símbolos da própria natureza, a nossa própria natureza humana com sua profunda ambivalência de corpo e espírito, e seus mutuamente contraditórios esforços para a auto-realização e para a inconsciência. 

A compreensão de nossa própria ambivalência começou, apenas recentemente, a ser restaurada ao seu antigo objetivo pela moderna psicologia de profundidade, que inevitavelmente teve de voltar à fonte - os deuses pagãos - para poder entender o comportamento humano. Assim, tanto nas cartas como neste livro, aderimos aos tradicionais significados das cartas, ao mesmo tempo ressuscitando os velhos deuses enterrados sob séculos de "refinamento".


Então, o que é mito? Os nossos dicionários oferecem várias definições. Uma delas diz que mito é uma história irreal uma perspectiva que, sem dúvida, é válida em um sentido, mas inadequada em outro. 


A palavra mito pode também implicar um esquema ou um plano e é, justamente, esse significado que devemos considerar ao visualizarmos as cartas de Tarô. Imagens mitológicas são realmente figuras espontâneas criadas pela imaginação humana que descrevem, em linguagem poética, experiências e padrões humanos essenciais de desenvolvimento. Atualmente, a psicologia usa o termo "arquétipo" para descrever esses padrões. Arquétipo significa um padrão que é universal e existente em todas as pessoas, em todas as culturas, em todos os períodos da história.



O nascimento, por exemplo, é uma experiência arquetípica. Isso é obviamente real em um nível concreto  todos nós, em certo tempo ou em outro, nascemos. Mas também é uma experiência psicológica de espécie arquetípica, porque sempre que iniciamos algo novo, ou entramos em uma nova fase da vida, há um sentido de nascimento. Nascimento também implica outros estados subjetivos, porque nascer significa abandonar as reconfortantes e serenas águas do útero materno, tanto em nível físico quanto psicológico. 


A morte também é uma experiência arquetípica; todos nós, algum dia, morreremos. Da mesma forma, a morte também é psicológica, porque a vida muda, como nós também mudamos; todas as vezes que há um final de qualquer espécie, uma separação ou o fim de uma fase da vida, há um sentido de morte. 

A puberdade, a passagem da infância para a adolescência (e ao estado de homem ou mulher fértil, adulto), também é arquetípica. Todos nós passamos pelos profundos estágios físicos e emocionais da puberdade, entre 12 e 15 anos de idade. Mas também podemos ter essas passagens muitas vezes em nossa vida, em nível interior e subjetivo, sempre que passamos da maneira infantil e inocente de visualizar os acontecimentos para uma compreensão mais real da vida que nos atinge e aprofunda. 



É por isso que um mito, como o rapto da virgem Perséfone por Hades, o deus do Inferno, tanto é a imagem do processo da puberdade, com a sua terrível separação do confortável mundo parental para um mundo totalmente desconhecido da vida, quanto a imagem de uma experiência psicológica que pode ocorrer sempre que ficamos presos a ideias ingênuas e pontos de vista infantis sobre a vida, sendo forçados pela experiência a descobrir as profundidades desconhecidas da vida e de nós mesmos.

O mito retrata padrões arquetípicos da vida humana por meio de figuras e histórias. O mito grego é uma imaginativa descrição, sofisticada e eternamente viva, do que somos feitos. Isso foi o que cativou a mente da Renascença e o que transpira nas imagens misteriosas das cartas de Tarô, que transcendem às mudanças de cultura e de consciência dos últimos quatro milênios e nos remetem como os velhos sistemas de memorização  para o sentido de ligação com os antigos e eternos desígnios humanos.



Podemos agora ver que, na realidade, existem dois caminhos pelos quais é possível abordar as cartas de Tarô. Podemos enveredar pela abordagem histórica, que se limita essencialmente aos fatos, ou podemos empreender a abordagem psicológica, que é essencialmente arquetípica. Com a primeira podemos explicar  ou, pelo menos, podemos tentar explicar  as origens e intenções iniciais das cartas. Mas a segunda expõe a questão de seu eterno fascínio, apesar do fato de sermos mais bem versados cientificamente. No mundo das imagens da psique, as experiências não são ligadas pela casualidade, mas pelo significado. Outros padrões, que não os concretos, agem dentro de nós e, se não tivermos algum conhecimento da psique, as estranhas coincidências das cartas de Tarô poderão nos parecer assustadoras ou perturbadoras. 

A ligação entre os acontecimentos cotidianos e as imagens das cartas de Tarô não acontece porque as cartas são "mágicas", mas porque há um significado associado. 


Isso é o que queremos dizer quando citamos nascimento, morte e puberdade tanto como experiências externas quanto internas. Passamos por essas experiências constantemente em diferentes níveis e épocas de nossa vida, e há uma carta de Tarô que descreve cada uma delas; de alguma forma, ela aparecerá misteriosamente, "sem causa aparente", em uma abertura de cartas no momento em que estivermos, internamente, vivendo uma experiência arquetípica.


Assim, a maneira pela qual o Tarô "opera", a título de previsão, é tal como um espelho da psique. A natureza arquetípica das imagens atinge, de maneira oculta e inconsciente, a intuição do interprete e reflete nele um conhecimento desconhecido ou percepções que se refiram à situação do cliente aparentemente revelando fatos que, racionalmente, não seriam possíveis de ser descobertos. 



É por isso que poderes de "clarividência" ou "psíquicos" não são pré-requisitos para um interprete sensitivo, pois a consciência dos padrões arquetípicos ou correntes que opera na vida das pessoas é refletida nas imagens das cartas.


Livro - O Tarô Mitológico de Juliet Sharman - Burke e Liz Greene




OS ARCANOS MAIORES


Agora podemos nos dedicar às próprias cartas para compreender melhor o grande desígnio, história ou mito arquetípicos retratados em suas antigas imagens.

As 22 cartas dos Arcanos Maiores do Taro consistem em uma série de imagens que retratam diferentes estágios de uma jornada. Esta é uma das viagens familiares de muitos mitos, lendas e contos de fadas, assim como de importantes ensinamentos religiosos. Trata-se da jornada da vida de cada ser humano, desde o seu nascimento, passando pela infância, o poder e a influência dos pais; a adolescência, com seus amores, conflitos e contestações; a maturidade, com suas experiências cotidianas e os desafios éticos e morais, perdas e crises, desespero, transformação e o despertar de novas esperanças para, eventualmente, alcançar e realizar um objetivo  que, por sua vez, leva a outra jornada.


Esse não é somente um ciclo de idade cronológica, mas também é aquele que ocorre várias vezes dentro do período de toda uma vida, pois tudo o que nos acontece tem início, meio e fim. Assim, a jornada representada pelos Arcanos Maiores é arquetípica, significando que, independentemente do que possam ser os detalhes específicos de uma vida individual, longa ou curta, banal ou dramática, boa ou má, alguns estágios estão à nossa espera no caminho do desenvolvimento psicológico. Todos nós fomos crianças e tivemos pais, e continuamos tendo partes próprias com atitudes infantis e prontas para um novo começo.

Adivinhação e percepção psicológica caminham juntas com as figuras dos Arcanos Maiores, pois o que acontece no mundo externo está ligado ao nosso mundo interno. O mistério de por que uma carta específica aparece em uma abertura de cartas como se fosse "por acaso" e, no entanto, impressionantemente relevante não somente à condição psicológica do consulente (a pessoa que coloca a pergunta), mas também para as circunstâncias do momento, é inexplicável em termos de causas comuns. Por esse motivo, muitas pessoas têm medo das cartas, acreditando que estejam ligadas à magia ou ao sobrenatural, de alguma forma.
No entanto, elas o são tanto quanto é a nossa psique, cujas profundezas pouco conhecemos e que parece estar ligada ao mundo 'externo" por meio de conexões de múltiplos significados. De certa forma, compreender o significado interior de uma determinada experiência - "O que isso tem a ver comigo?" - pode ajudar-nos a enfrentá-lo melhor e corresponder de uma forma mais rica e criativa, pois ela não nos parece mais casual, azar ou puro destino. Podemos enxergar traços de nossas próprias características em tudo o que nos acontece.


Todas as cartas dos Arcanos Maiores são rituais de passagem -estágios ou processos, e não resultados finais ou lugares estáticos imutáveis. Cada estágio da vida leva ao seguinte e, apesar de podermos, de maneira compreensiva, tentar reter o tempo e permanecer em um lugar confortável, não está em nós, mortais, influir no ciclo do movimento da vida para que estagne em um único esconderijo. Portanto, ao final da jornada, o Louco recomeça a sua caminhada, porque, quando sentimos que alcançamos a meta e realizamos os nossos desígnios, uma outra meta, mais profunda ou mais alta, materializa-se além dela, de maneira que todo fim, na realidade, é uma preparação para algo mais que nos leva a reiniciar o ciclo.



0 - O LOUCO

A carta do Louco, a primeira dos Arcanos Maiores, retrata um jovem selvagem vestido com retalhos de peles de animais de diversas cores dançando em abandono extático à beira de um precipício. Na cabeça, uma coroa de folhas de vinha sobre seus cabelos castanhos e um par de chifres na fronte semelhantes aos de um bode. 

Seu olhar está voltado para o horizonte onde o Sol está apenas nascendo. Ao seu redor uma paisagem árida com pedras marrons e cinzas. A sua esquerda, escondida pelas sombras da noite que se retira, está a entrada da caverna da qual saiu. Acima dela, em um galho seco, uma águia empoleirada.


Em nível divinatório, Dioniso, o Louco, inaugura o advento de um novo capítulo da vida quando aparece em uma abertura de cartas. Um risco de alguma espécie é necessário, uma vontade de mergulhar no desconhecido. 


O Louco é tão ambíguo quanto Dioniso, pois não podemos saber se penetraremos na percepção divina do Louco ou acabaremos simplesmente parecendo loucos. Dessa forma, no meio da ambiguidade, da atividade e do medo, começa a grande jornada da vida retratada pelo Arcano Maior do Taro.



1 - O MAGO

A carta do Mago apresenta um jovem forte, esbelto e de cabelos pretos encaracolados, que se encontra em uma encruzilhada. Ele veste uma curta túnica branca e um manto de viagem vermelho. A sua mão esquerda aponta para o céu, enquanto com a direita ele aponta para uma pedra plana que está à sua frente no centro da convergência das estradas. Sobre a pedra estão reunidos quatro objetos: um cálice, uma espada, um caduceu e um pentáculo.

Atrás dele, um cenário árido com pedras marrons e cinzas, uma continuação do cenário apresentado na carta do Louco. Duas ramificações da estrada desaparecem na distância rochosa. O deus Hermes, guia dos viajantes, patrono dos ladrões e dos mentirosos, soberano da magia e da adivinhação , e promotor da boa sorte repentina e de suas mudanças. É chamado de "Trapaceiro" por ser ambíguo e enganador , no entanto, ele é o mensageiro da confiança dos deuses e o guia das almas no Submundo.



No sentido divinatório, Hermes, o Mago, aponta para dons e habilidades criativas que ainda não se manifestaram. Ele pode aparecer como uma onda de energia e uma intuição de excitantes oportunidades novas. Ele pressente o discernimento e uma percepção de possibilidades inexploradas. O Louco é cego e tem unicamente o sentido animal de um significado a ser encontrado em algum lugar de alguma forma. Mas, pelo seu encontro com Hermes, o Mago, torna-se claro que a jornada é possível e que ele possui capacidades que ainda devem ser desenvolvidas.




2 - A IMPERATRIZ


A carta da Imperatriz retrata uma bela mulher grávida, de longos cabelos castanhos, em pé no meio de um campo de cevada em maturação. Sua saia é urdida com muitas e diferentes plantas e a barra é feita de ramos de folhas de louro. Em volta do pescoço tem um colar de 12 pedras preciosas. Ela porta uma coroa com um diadema de castelos e torres. Atrás dela, em um cenário de campos férteis, água flui para um lago.



No sentido divinatório, o aparecimento da Imperatriz em uma abertura de cartas sugere o advento de uma fase mais terrena da vida. Pode ocorrer um casamento ou o nascimento de uma criança, pois esses também exigem paciência e alimentação da Grande Mãe. Por meio dessa carta, penetramos no domínio do corpo e dos instintos como um lugar de paz e também de estagnação; lugar em que a vida é dada, mas também é sufocada. Dessa maneira, o Louco, a criança do céu, descobre que vive em um corpo físico e é uma criatura não somente espiritual, mas também material.



3 - O IMPERADOR

A carta do Imperador retrata um homem maduro, de ombros e peito amplos e musculosos. Seus belos e compridos cabelos e barba são castanho-avermelhados e seus olhos azul-claros como o céu. Ele nos confronta sentado em um trono dourado no topo de uma montanha. Sua veste é de cor púrpura bordada a ouro e, em sua cabeça, uma coroa dourada. Com sua mão direita, ele segura três raios, e com a esquerda o globo do mundo. Uma águia está pousada sobre o seu ombro. Atrás dele, estende-se um acúmulo de picos nevados.




No sentido divinatório, Zeus, o Imperador, prevê um confronto com relação à questão do princípio do pai em sua forma tanto positiva quanto negativa. Somos desafiados a manifestarmos para concretizar uma ideia criativa, para construir no mundo, talvez para estabelecer um negócio ou a estrutura de um lar familiar. Devemos assumir uma posição para nos tornarmos efetivos e poderosos, para expressarmos as nossas ideias e ética. 


Também devemos considerar o momento em que o jovem rei se torna o rígido e opressivo tirano, quando as nossas ideologias interferem na vida e no desenvolvimento. Quando o Louco encontra o Imperador, após a sua permanência temporária no mundo dos instintos, ele aprende a enfrentar a vida sozinho, com seus próprios recursos e de acordo com a ética que deve desenvolver para si. Ele, então, pode progredir em sua jornada com a certeza de ser efetivo na vida, porque acredita em algo maior cuja autoridade ele mesmo incorpora.



4 - A SACERDOTISA


A carta da Sacerdotisa retrata uma jovem esbelta e delicada, de pele clara, longos cabelos pretos e olhos escuros, portando um vestido branco, simples e longo. Em sua cabeça, uma coroa doura­da. Em sua mão direita, ela segura uma romã aberta ao meio para mostrar suas múltiplas sementes. Em sua mão esquerda, um buque de narcisos brancos que também se espalham pelo chão. Em cada lado da escadaria, na qual ela se encontra, há uma coluna; a da esquerda é preta e a da direita, branca. Atrás dela, no alto da escadaria, um portal dá passagem a um rico cenário verde que também aparece na carta da Imperatriz.


No sentido divinatório, o aparecimento da Sacerdotisa em uma abertura de cartas prevê um aumento dos poderes da intuição e implica uma espécie de encontro com o oculto mundo interior governado por Perséfone. O indivíduo pode ser atraído inexplicavelmente para esse mundo por meio do interesse pelo ocultismo ou pelo esoterismo, ou ainda por meio de um poderoso sonho ou de um sentido interno de que "alguma coisa" esteja agindo na vida das pessoas.

Desse modo, o Louco que aprendeu um pouco mais a respeito de sua natureza física e de suas necessidades, assim como o seu lugar no mundo por meio de seus pais terrenos, a Imperatriz e o Imperador, agora penetra no mundo da noite para ir ao encontro, muitas vezes confuso e surpreso, da figura silenciosa que encarna a Mãe em um nível mais profundo e sutil, o útero do inconsciente no qual o segredo de seu verdadeiro propósito e o padrão de seu destino estão contidos.



5 - O HIEROFANTE


A carta do Hierofante retrata uma estranha figura: um Centauro, com o tronco, os braços e a cabeça de homem e o corpo de um cavalo. Seus longos cabelos e barba castanhos e seu rosto maduro e benigno sugerem um sacerdote ou um professor. Sua mão direita está levantada em um antigo sinal de bênção, enquanto a esquerda segura um pergaminho. Aos seus dois lados, uma coluna de pedra. Atrás dele é vista a rocha bruta da caverna que é tanto a sua morada como o seu templo. Uma luz é dirigida sobre a sua cabeça coroada por meio de uma abertura no teto da caverna.

No sentido divinatório, quando Quíron, o Hierofante, aparece em uma abertura de cartas, ele implica que o indivíduo começará  ativamente procurar respostas de nível filosófico. Isso pode ocorrer como o estudo de uma filosofia particular , ou de um sistema de crença, ou ainda como o compromisso profundo de busca por um significado para a vida. O Hierofante pode aparecer na forma de um analista, de um psicoterapeuta, de um sacerdote ou de um mentor espiritual na vida exterior, para quem nos voltamos à procura de consolo e ajuda. O Louco, então, emerge de sua descoberta do Submundo e dos poderes ocultos do subconsciente à procura de respostas para o enigma de si mesmo e para o significado de sua vida. Ao encontrar-se com o Hierofante, ele descobre a sua parte que pode começar a formular e a expressar uma filosofia pessoal e uma visão individual do espírito que o guiam ao deixar para trás a sua infância, preparando-se para enfrentar os desafios da vida.


6 - OS NAMORADOS



A carta dos namorados retrata um jovem formoso vestido em simples trajes de pastor, segurando um cajado na mão direita, em sua mão esquerda uma maçã dourada. Três mulheres se exibem, pois se trata de um concurso de beleza e a maçã dourada será o prémio da escolhida. A mulher à esquerda tem um porte majestoso e maduro, com cabelos castanhos e olhos claros, um vestido de cor púrpura e porta um diadema dourado na cabeça. Ela oferece ao jovem o globo do mundo. A mulher ao centro é jovem, sedutora e de cabelos pretos. Sua túnica transparente cor-de-rosa revela mais do que esconde. Ela oferece um cálice de ouro. A mulher à direita é fria e casta, vestida com armadura completa de luta; seus cabelos claros estão quase totalmente cobertos pelo elmo de guerreiro. Ela oferece uma espada. Atrás das quatro figuras estende-se um cenário ondulante de colinas verdejantes.

No sentido divinatório, quando a carta dos Namorados aparece em uma abertura de cartas, ela prevê a necessidade de algum tipo de escolha, geralmente no amor. O Louco, que descobriu a sua própria dualidade, agora deve colocar os seus valores em teste. Às vezes isso significa um triângulo amoroso, mas também pode significar o problema de um casamento apressado , ou a escolha entre o amor e uma carreira profissional ou alguma outra atividade criativa. Essa carta implica a necessidade de analisar cuidadosamente as consequências de nossas próprias escolhas, em vez de sermos cegamente impelidos, como Paris, a uma conflagração de graves consequências.


7 - O CARRO


A carta do Carro retrata um bonito homem viril de cabelos castanhos encaracolados, olhos azuis e rosto corado, dirigindo uma carruagem de guerra em bronze. Ele veste armadura e elmo também em bronze e uma túnica de cor vermelho-sangue. Em sua cintura, ele carrega um escudo de bronze e, ao seu lado, uma grande lança. Ele segura as rédeas de dois cavalos, um branco e outro preto, que puxam a carruagem em direções opostas. A estrada poeirenta passa por um cenário deserto e avermelhado, enquanto grandes nuvens se aproximam indicando uma iminente tempestade.

No sentido divinatório, quando o Carro aparece em uma abertura de cartas, ele prevê um conflito ou uma disputa que podem resultar em uma personalidade mais forte. É possível chegar a um confronto não somente com a agressão de outras pessoas, mas também com os nossos próprios impulsos competitivos e agressivos. Esse conflito não pode ser evitado, mas deve ser enfrentado com força e reserva. E, dessa maneira, o Louco alcança a harmonia aprendendo a administrar suas próprias contradições e passa do mundo da adolescência para o estágio seguinte de sua jornada.


8 - A JUSTIÇA


Esta carta da Justiça retrata uma linda jovem vestida com armadura de guerra e elmo prateados, sentada em um trono de prata. Em sua mão direita, ela segura uma espada ereta, em sua mão esquerda, ela segura uma balança. Seus cabelos claros e túnica branca fazem eco à pureza das duas colunas e do pórtico branco que a enquadram. Sob seus pés, um piso de mármore com padrão xadrez em branco e preto. Uma coruja está pousada sobre o seu ombro esquerdo.

No sentido divinatório, quando a Justiça aparece em uma abertura de cartas, ela implica a necessidade de um pensamento equilibrado e de uma tomada de decisão imparcial. Mas, tal como a espada de Atena, essa carta possui duas facetas. Existem fases da vida nas quais a fria reflexão de Atena é gelada demais, muito idealista e destrutiva do calor do relacionamento pessoal. Sua espada pode cortar o coração com verdades gerais que não se adaptam a uma   situação particular. Dessa forma, a Justiça, como todos os Arcanos Maiores, é uma figura ambivalente. O Louco deve desenvolver o que Atena representa, mas não pode permanecer eternamente em seu templo puro e deve passar adiante para a Lição Moral seguinte.


9 - A TEMPERANÇA


A carta da Temperança retrata uma linda e jovem mulher de cabelos pretos, trajando túnicas com as cores do arco-íris e asas com cores de várias tonalidades. Ela está com um dos pés dentro de um rio, límpido e o outro sobre a terra seca. Ao longo das margens do rio crescem lírios vermelhos. Atrás dela um arco-íris estende-se pelo céu. Em suas mãos ela segura dois cálices, um de ouro  outro de prata  e despeja água de um para o outro.

No sentido divinatório, quando aparece a Temperança na abertura de cartas, ela implica a necessidade de um fluxo de sentimento no relacionamento. Íris, a guardiã do arco-íris, sugere o potencial para a harmonia e a cooperação, resultando em um bom relacionamento ou em um casamento feliz. Somos desafiados com o problema de aprender a desenvolver um coração equilibrado e, ao mesmo tempo, ser­mos gentilmente lembrados de que o Louco não pode permanecer para sempre até mesmo com a linda íris e deve passar adiante para a Lição Moral seguinte.


10 - A FORÇA


A carta da Força retrata um homem musculoso e poderoso com cabelos castanhos encaracolados, vestindo apenas uma tanga vermelha. Ele está embrenhado em uma luta selvagem com um leão envolvendo seus fortes braços no pescoço do animal; no momento crítico ele está vencendo a luta. Rodeando os dois, as paredes rochosas de uma caverna escura. Pela entrada da caverna é possível ver um cenário árido de colinas marrons.

No sentido divinatório, quando a carta da Força aparece em uma abertura de cartas, ela implica uma situação na qual um embate com o leão interior é inevitável, sendo necessário o controle da raiva e do orgulho insensato. Coragem, força e autodisciplina são solicitadas para enfrentar a situação. Por meio dessa experiência podemos entrar em contato com o animal, mas também com uma parte nossa que é representada por Héracles, o herói que pode domá-la. Portanto, tendo desenvolvido as faculdades da mente e o sentimento, o Louco agora aprende a lidar com o seu próprio exclusivismo, surgindo desse encontro com confiança em si e integridade para com o próximo.


11 - O EREMITA


A carta do Eremita retrata um ancião de barba branca envolto em túnica cinza, tendo seu rosto meio encoberto por um capuz. Em sua mão direita, ele carrega uma lanterna que brilha em uma luz dourada; na mão esquerda uma foice. Um corvo está pousado em seu ombro. Atrás dele, um cenário frio e enevoado de montanhas cinzas sob um céu carregado e opressivo.

No estado divinatório, a carta de Cronos, o Eremita, prevê um tempo de solidão ou de isolamento das atividades extrovertidas da vida, para que a sabedoria da paciência possa ser adquirida. Há uma oportunidade para estabelecer fundamentos sólidos, se tivermos vontade de esperar. E assim, o Louco finalmente atinge a maturidade, havendo desenvolvido uma mente e um coração, um firme sentido de identidade e, finalmente, um profundo respeito por suas próprias limitações na grande passagem do tempo.


12 - A RODA DA FORTUNA


A carta da Roda da Fortuna retrata três mulheres sentadas dentro de uma caverna escura. A primeira é jovem e tece em uma roca dourada. A segunda é elegante, madura e mede o comprimento de um fio entre as suas mãos. A terceira é de mais idade e segura um par de tesouras. No centro, entre elas, há uma roda dourada ao redor da qual quatro figuras humanas são colocadas em posições diferentes. Pela abertura da caverna um cenário com muito verde é visível.

No sentido divinatório, a Roda da Fortuna prevê uma mudança repentina da sorte. Isso pode ser tanto no sentido positivo quanto no negativo, mas independentemente de como gira, ela sempre promove o crescimento e uma nova fase da vida. Não podemos prever o que virá ao nosso encontro, ou melhor, qual será a transformação. Mas por trás dessas mudanças estão as Moiras, uma imagem do centro dentro de nós mesmos. Portanto, o Louco é despertado de sua acomodação e começa a descida para a sua própria fonte.


13 - O ENFORCADO


A carta do Enforcado retrata um homem maduro, de cabelos e barba castanhos. Apesar de estar acorrentado em posição invertida, quase nu à beira de um precipício, ele ainda mantém uma expressão serena em seu rosto. Atrás dele, apresenta-se um cenário obscuro de rochas escarpadas, enquanto o Sol do crepúsculo reflete um brilho sanguíneo em seu corpo e ilumina a sua cabeça. Acima dele uma águia se aproxima.


No sentido divinatório, Prometeu, o Enforcado, prevê a necessidade de um sacrifício voluntário com o propósito de adquirir algo de maior valor. Esse pode ser o sacrifício de algo externo que anteriormente proporcionou segurança, na esperança de que algum potencial possa ter espaço para o seu desenvolvimento. Ou pode ser o sacrifício de uma atitude preferida, como a superioridade intelectual, ou um ódio inesquecível ou uma busca insistente por uma fantasia inatingível. Dessa forma, o Louco responde ao desafio do giro da Roda com uma disposição em colocar a sua confiança nas tramas invisíveis do inconsciente e aguarda, muitas vezes, com medo e ansiedade  na esperança de uma vida nova e melhor.


14 - A MORTE


A carta da Morte retrata uma figura envolta em uma túnica preta e seu rosto escondido por um elmo escuro. Suas mãos estão abertas para receber os presentes oferecidos pelos pequenos humanos que se ajoelham diante dela. Um deles lhe oferece uma coroa dourada e outro uma pilha de moedas. O terceiro, uma criança, oferece-lhe uma flor. Atrás dessa figura sombria flui um rio escuro. Do lado mais próximo do rio a terra é seca e árida. Do outro lado, a terra verdejante é gradativamente iluminada pelo Sol que está apenas surgindo no horizonte.


No sentido divinatório, a carta da Morte implica algo que deve chegar ao fim. Se essa experiência será penosa ou não depende da capacidade da pessoa em aceitar e reconhecer a necessidade de encerramentos e finalizações. A carta da Morte prevê a oportunidade de uma nova vida, caso a velha possa ser abandonada. E, dessa maneira, o Louco avança no Submundo deixando para trás a sua vida anterior e preparando-se para um futuro ainda desconhecido.



15 - O DIABO


A carta do Diabo retrata um Sátiro, uma criatura metade homem e metade bode, dançando à música de uma siringe (flauta de sete tubos) que ele segura em sua mão esquerda. Com a mão direita, ele segura duas correntes, cada uma presa a um colar ao redor do pescoço de uma figura humana nua. As figuras - um homem e uma mulher - têm pequenos chifres como aqueles do Sátiro. Apesar de suas mãos e pernas estarem livres para dançar, eles estão presos às suas correntes de medo e de fascinação pela música. Ao redor, aparecem as paredes escuras da caverna.

No sentido divinatório, a carta de Pan, o Diabo, implica a necessidade de um confronto com tudo o que na personalidade seja sombrio, vergonhoso e inferior. O Louco deve libertar-se adquirindo conhecimento por meio da aceitação honesta e humilde de Pan, deve liberar o poder criativo que está acorrentado ao seu próprio pânico e autodesprezo. E, assim, ele chega ao coração do Labirinto e enfrenta a sua própria escuridão nas sombras essenciais de seu corpo para tornar-se o que ele sempre foi, simplesmente natural.


16 - A TORRE


A carta da Torre retrata um edifício de pedra construído em um alto rochedo com vistas para o mar. Das profundezas das águas, surge uma figura poderosa e ameaçadora, com uma coroa de ouro sobre os cabelos castanhos embrenhados de algas e um rabo de peixe que pode ser visto entre as ondas furiosas. Ela aponta o seu tridente ao edifício, que é atingido por um raio e fendido. O mar espuma e o céu é preto e ameaçador, iluminado pelos relâmpagos de uma tempestade.

No sentido divinatório, quando a Torre aparece em uma abertura de cartas, prevê a derrubada de formas existentes. Essa carta, como as cartas da Morte e do Diabo, depende muito da atitude do indivíduo com relação a quanto lhe é difícil e penoso lidar com ela. É claro que é mais criativo perguntarmo-nos em que ponto estamos restritos e presos a uma falsa persona ou auto-imagem, porque o desejo de romper com essas estruturas irreais pode evitar muita angústia e dor. Mas parece que a Torre cairá de qualquer maneira, independentemente de nossa vontade, não por causa de alguma maliciosa fatalidade externa, mas porque algo no indivíduo atingiu um ponto insuportável e não pode mais viver assim confinado.


17 - A ESTRELA


A carta da Estrela retrata uma jovem linda, de cabelos compridos e claros, ajoelhada diante de uma arca aberta da qual sai um enxame de criaturas voadoras que escurece o ambiente. Mas o olhar da jovem está fixo na estrela brilhante, em que pode ser vista uma figura feminina em brilhantes vestes brancas.

No sentido divinatório, quando a Estrela aparece em uma abertura de cartas, ela é um indício de esperança, significado e fé em meio a dificuldades. Mas a Estrela também é ambivalente e pode prevenir contra a esperança cega que não prevê qualquer ação necessária. A carta da Estrela anuncia o advento de promessas, uma experiência positiva para o Louco que passou pelo colapso de tudo o que acreditava ter valor em sua vida.


18 - A LUA


A carta da Lua retrata uma misteriosa figura feminina com três rostos, coroada com um diadema da Lua em suas três fases. O seu cabelo é prateado e ela veste uma longa túnica que flui em uma poça de água a seus pés. A sua frente, há um cão de três cabeças e na poça um caranguejo procura sair da água. Atrás dela, o céu é escuro e iluminado somente pela luminescência de sua coroa.


No sentido divinatório, a carta de Hécate, a deusa da Lua, prevê um período de confusão, flutuação e incerteza. Estamos presos ao inconsciente, somente podemos esperar e agarrarmo-nos às imagens incertas dos sonhos e ao sentido de esperança e de fé. Assim, o Louco aguarda o seu renascimento nas águas de um útero maior, apenas consciente de que a sua jornada de desenvolvimento pessoal é tão somente uma pequena fração de uma vida ampla e desconhecida que abrange milénios, seguindo eternamente fértil, mas incompleta.



19 - O SOL


A carta do Sol retrata um homem classicamente elegante e de porte atlético, cabelos loiros e com uma coroa de folhas de louro,portando em sua cabeça o disco dourado do Sol. Ele tem asas douradas e veste uma curta túnica branca. Em sua mão direita, ele segura um arco e uma aljava de flechas; com sua mão esquerda ele segura uma lira. Ele está em pé entre duas colunas de um pórtico construído em pedras de um dourado pálido. Atrás dele, um cenário verde-dourado pontilhado de árvores de louro brilha sob um quente céu azul.

No sentido divinatório, a carta de Apolo, o deus-Sol, prevê um tempo de clareza, otimismo e confiança renovada. Torna possível compreender o padrão, planejar o futuro e empreender o caminho para a frente. Os feitiços da noite são dissipados e agora o Louco está de posse da antevisão, do propósito e de uma fé no impulso do espírito humano. Dessa forma, ele se depara com o grande princípio masculino da vida que age tanto no homem quanto na mulher e progride para a sua meta.


20 - O JULGAMENTO


A carta do Julgamento retrata um jovem de cabelos pretos encaracolados, trajando uma túnica branca e um manto de viagem vermelho. Em sua cabeça, um elmo alado e, em seus pés, sandálias aladas. Em sua mão direita, ele segura o caduceu, a vara mágica entrelaçada por duas cobras. Aos seus lados e apenas visíveis, duas colunas, uma branca e outra preta. As escadas em que se encontra ascendem para uma porta pela qual é possível entrever um cenário verde no qual o Sol está apenas surgindo. Diante dele estão vários caixões gravados dos quais os mortos se levantam, estendendo-lhe seus braços e desfazendo-se de suas mortalhas.

No sentido divinatório, quando o Julgamento aparece em uma abertura de cartas, ele prevê um tempo de recompensa por esforços passados. Esse é o período da síntese, da realização do que fizemos e onde nós mesmos criamos o futuro que agora nos aguarda. Trata-se de uma carta ambígua, pois também pode implicar um confronto incómodo com nossas fugas e traições. Nem sempre a recompensa é agradável. Agora, o Louco deve responder por sua jornada, pois chegou o tempo da colheita e tanto os erros quanto os esforços criativos do passado são reunidos para formar o futuro.

Independentemente do que acontece ao indivíduo em termos de experiências, a carta do Julgamento anuncia o fim de um capítulo da vida. Mas, diferentemente da carta da Morte, ela não implica o luto. Ao contrário, é a clara percepção de quanto fomos autênticos com relação a nós mesmos.




21 - O MUNDO


A carta do Mundo retrata uma serpente dourada enrolada na forma de um ovo que come a própria cauda. Dentro do círculo, uma estranha figura está dançando, metade homem e metade mulher, alada, com uma coroa de louros e segurando em cada uma das mãos uma vara dourada. Em volta da serpente, surgindo das nuvens, um cálice, uma espada, uma tocha e um pentáculo dourado.


No sentido divinatório, quando o Mundo aparece em uma abertura de cartas, ele prevê um tempo de realização e de integração. Esse é um período de triunfo da bem-sucedida conclusão de um assunto, ou a realização de um objetivo que foi duramente trabalhado. Mas esse pico é simplesmente o vislumbre de algo misterioso e evasivo, e Hermafrodito se torna um feto que, eventualmente, surge da caverna como o Louco.
Assim, o grande ciclo dos Arcanos Maiores termina onde se inicia, pois poderíamos começar com Hermafrodito como o futuro potencial da personalidade que leva ao nascimento do Louco. E, dessa maneira, o círculo, como a Serpente do Mundo, completa-se.


Livro - O Tarô Mitológico de Juliet Sharman-Burke e Liz Greene




segunda-feira, 8 de junho de 2015

O LIVRO PEÇA E LHE SERÁ CONCEDIDO - Esther e Jerry Hicks


Esther e Jerry Hicks
(Os Ensinamentos de Abraham) 


ÁUDIO DO LIVRO PEÇA E LHE SERÁ CONCEDIDO



DOWNLOAD DO LIVRO PEÇA E LHE SERÁ CONCEDIDO


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 PEÇA E LHE SERÁ CONCEDIDO

sábado, 6 de junho de 2015

FALANDO DE PODER


PROGRAMA VIDA INTELIGENTE - O PODER - 1ª PARTE





PROGRAMA VIDA INTELIGENTE - O PODER - 2ª PARTE - FINAL.






As Leis do Sol - Filme de Ryuho Okawa (Dublado)