quinta-feira, 21 de maio de 2015

MITOLOGIA GREGA II - DEUSES E SEMIDEUSES OLÍMPICOS


PERSÉFONE



Na mitologia grega, Perséfone é descrita como uma mulher de olhos enigmáticos possuidora de uma beleza estonteante, pela qual muitos homens se apaixonaram. 




Perséfone é filha de Zeus (deus dos deuses) e Deméter (Mãe-Terra). 
É a deusa das ervas, flores, frutos, perfumes e guardiã dos segredos dos mortos; tendo nascido após o casamento de seu pai com Métis e antes do casamento com Hera e criada no Olímpo, lar da nobreza divina.



De acordo com o mito Perséfone foi sequestrada por seu tio Hades,senhor do Submundo,que  apaixonou-se pela jovem Perséfone quando ela colhia flores nos campos, saindo de sua morada para raptá-la. Levando-a para o seu mundo sombrio, ele lhe ofereceu uma romã, e ela aceitou. Ao comê-la, ela participou da fruta dos mortos e, assim, ficou eternamente ligada ao deus.



 Mudando-se para o mundo inferior, foi  socorrida por seu meio-irmão Hermes, a pedido de Zeus , que teve que fazer um acordo entre Deméter e Hades. Assim Perséfone passou a morar metade do ano no Olímpo nas estações primavera e verão e outra no mundo dos mortos nas estações de outono e inverno, quando era chamada de Core pelos demais deuses ctônicos. A ela eram consagrados os chás de plantas como alecrim e sálvia; além das abelhas e do mel. 



Perséfone, rainha do Submundo,  governa-o  durante três meses do ano e, apesar de passar nove meses no mundo da luz com a sua mãe Deméter, ela não podia contar os segredos que lhe foram revelados no mundo dos mortos. O reino de Hades, cheio de mistérios e riquezas, era cercado pelo terrível rio Estige, que nenhum ser humano vivo podia atravessar sem a permissão do próprio Hades; mesmo quando Hermes, mensageiro dos deuses e guia das almas, podia escoltar os heróis excepcionais que conseguiam o consentimento do deus.  


Inclusive as almas dos mortos não podiam atravessar o rio sem pagar uma moeda a Caronte, o velho barqueiro encarregado da travessia do Estige, pois nos portais do reino de Hades encontrava-se Cérbero, o terrível cão de três cabeças, que devorava qualquer intruso, vivo ou morto, que não respeitasse as leis desse reino invisível. Dessa forma, ao comer a romã, Perséfone deixava para trás a sua infância inocente, tornando-se a guardiã desse mundo sombrio e seus segredos.




Na mitologia romana, Perséfone tinha vários títulos entre os quais Juno (Hera) Inferna. 
  



O que representava e importância:


Perséfone é representada ao lado de seu marido, num trono de ébano, segurando um facho com fumos negros. A papoula foi-lhe dedicada por ter servido de lenitivo à sua mãe na ocasião de seu rapto. O narciso também lhe é dedicado, pois estava colhendo esta flor quando foi surpreendida e raptada por Hades. A ela também eram associadas as serpentes. 

 Perséfone entre muitos rituais atribuídos à ela, cita-se que ninguém poderia morrer sem que a rainha do mundo dos mortos lhe cortasse o fio de cabelo que o ligava à vida. O culto de Perséfone foi muito desenvolvido na Sicília, ela presidia aos funerais. Os amigos ou parentes do morto cortavam os cabelos e os jogavam numa fogueira em honra à deusa avernal. A ela, eram imolados cães, e os gregos acreditavam que Perséfone fazia reencontrar objetos perdidos. 




EROS






Na mitologia grega, Eros era o deus grego do amor, um dos Erotes. Primeiramente foi considerado como um deus olímpicos, filho de Afrodite com Ares, ou apenas de Afrodite, conforme as versões Eros aparece como o Deus grego do amor, o mais belo dos imortais, capaz de subjugar corações e triunfar sobre o bom senso. Ao fazê-lo filho do Caos, vazio original do universo, a tradição mais antiga apresentava-o como força ordenadora e unificadora. Seu poder unia os elementos para fazê-los passar do caos ao cosmos, ou seja, ao mundo organizado.




Certa vez, Afrodite desabafado com Métis (ou Têmis), queixando-se que seu filho continuava sempre criança, a deusa lhe explicou que era porque Eros era muito solitário, e haveria de crescer se tivesse um irmão. Anteros nasceu pouco depois e, Eros começou a crescer e tornar-se robusto.

Seu irmão Ânteros, também filho de Afrodite, era o deus do amor mútuo e, às vezes, oponente e moderador de Eros.

O episódio mitológico mais conhecido e da relação de Eros com Psiqué, que simboliza a alma e constitui uma metáfora sobre a espiritualidade humana.
Eros casou-se com Psiquê, com a condição de que ela nunca pudesse ver o seu rosto, pois isso significaria perdê-lo. Mas Psiquê, induzida por suas invejosas irmãs, observa o rosto de Eros à noite sob a luz de uma vela.

Encantada com tamanha beleza do deus, se distrai e deixa cair uma gota de cera sobre o peito de seu marido, que acorda. Irritado com a traição de Psiquê, Eros a abandona.  Esta, ficando perturbada, passa a vagar pelo mundo até se entregar à morte. 
Eros, que também sofria pela separação, implora para que Zeus tenha compaixão deles. Zeus o atende e Eros resgata sua esposa e passam a viver no Olimpo, isso após ela tomar um pouco de ambrosia tornando-a imortal. A partir daí, Eros e Psiquê nunca mais separaram-se. O mito de Eros (o amor) e Psiquê (a alma) retrata a união entre o amor e a alma.


Eros é sempre retratado como um garotinho alado, de cabelos louros, com aparência de inocente e travesso que jamais cresceu (que sem dúvida simboliza a eterna juventude do amor profundo).

Na mitologia romana, Eros foi identificado com Cupido.


O que representava e importância:

Portando um arco e flecha e até mesmo com uma tocha acesa. Sempre pronto a atingir de forma certeiras suas flechas "envenenadas" com amor e a paixão. Os alvos sempre sendo a região do coração e do figado. Em várias culturas a aljava, o arco, a flecha, a tochas e os olhos vendados simbolizam que o amor se diverte com todas as pessoas de que ele domina, pois o amor é cego, e avassalador.


Eros encerrava, na mitologia primitiva, significado mais amplo e profundo do Amor. Ele é normalmente retratado em pinturas acompanhado da mãe.
Eros inicialmente representavam-no como um belo jovem, às vezes alado, que feria os corações dos humanos com setas. Aos poucos, os artistas foram reduzindo sua idade até que, no período helenístico, a imagem de Eros é a representação de um menino, modelo que foi mantido no Renascimento. E em outras versões o próprio Cupido.




PSIQUÊ





Na  mitologia grega Psiquê (em grego, a palavra significa "alma") era uma bela mortal por quem Eros, o deus do amor, se apaixonou. Uma princesa de grande beleza e de quem a própria deusa Afrodite tinha ciúmes . Tão bela que despertou a fúria de Afrodite, deusa da beleza e do amor, mãe de Eros , pois os homens deixavam de frequentar seus templos para adorar uma simples mortal.



De a cordo com a mitologia Afrodite mandou seu filho atingir Psiquê com suas flechas, fazendo-a se apaixonar pelo ser mais monstruoso existente. Mas, ao contrário do esperado, Eros acaba se apaixonando pela moça, acredita-se que tenha sido espetado acidentalmente por uma de suas próprias setas.

Com o próprio deus do Amor apaixonado por ela, suas setas não foram lançadas para ninguém. O tempo passava, Psiquê não gostara de ninguém, e nenhum de seus admiradores tornara-se seu pretendente. 



O rei, pai de Psiquê, cujo nome é desconhecido, preocupado com o fato de já ter casado duas de suas filhas, que nem de longe eram belas como Psiquê, quis saber a razão pela qual esta não conseguia encontrar um noivo. Consulta então o Oráculo de Apolo, que prevê, induzido por Eros (Cupido), ser o destino de sua filha casar com uma entidade monstruosa.

Após muito pranto, mas sem ousar contrariar a vontade de Apolo, a jovem Psiquê foi levada ao alto de um rochedo e deixada à própria sorte, até adormecer e ser conduzida pelo vento Zéfiro a um palácio magnifico, que daquele dia em diante seria seu.



Lá chegando a linda princesa não encontrou ninguém, mas tudo era suntuoso e, quando sentiu fome, um lauto banquete estava servido. À noite, uma voz suave a chamava e, levada por Eros, se entregou a ele e conheceu as delícias do Amor, nas mãos do próprio deus do amor.

Os dias se passavam, e ela não se entediava, tantos prazeres tinha: acreditava estar casada com um monstro,  pois Eros não lhe aparecia e, quando estavam juntos, ficava invisível. Ele não podia revelar sua identidade pois, assim, sua mãe descobriria que não cumprira suas ordens , e apesar disto, Psiquê amava o esposo, que a fizera prometer-lhe jamais tentaria descobrir seu rosto.



Passado um tempo, a bela jovem sentiu saudade de suas irmãs e, implorando ao marido que permitisse que elas fossem trazidas a seu encontro. Eros resistiu e, ante sua insistência, advertiu-a para a alma invejosa das mulheres. As duas irmãs foram, enfim, levadas. A princípio mostraram-se apiedadas do triste destino da sua irmã, mas vendo-a feliz, num palácio muito maior e mais luxuoso que o delas, foram sendo tomadas pela inveja. 

Constataram, então, que a irmã nunca tinha visto a face do marido. Disseram ter ouvido falar que ela havia se casado com uma monstruosa serpente que a estava alimentando para depois devorá-la, então sugeriram-lhe que, à noite, quando este adormecesse, tomasse de uma lâmpada e uma faca: com uma iluminaria o seu rosto; com a outra, se fosse mesmo um monstro, o mataria. Psiquê resistiu os conselhos das irmãs o quanto pôde, mas o efeito das palavras e a curiosidade da jovem tornaram-se fortes. Pôs em execução o plano que elas lhe haviam dito: Após perceber que seu marido entregara-se ao sono, levantou-se tomando uma lâmpada e uma faca, e dirigiu a luz ao rosto de seu esposo, com intenção de matá-lo.

Quando ela vê o belo jovem de rosto corado e cabelos loiros, espantada e admirada, desastradamente deixa pingar uma gota de azeite quente sobre o ombro dele. Eros acorda , o lugar onde caiu o óleo fervente de imediato se transforma numa chaga: o Amor está ferido.

Percebendo que fora traído, Eros enlouquece, e foge, gritando repetidamente: O amor não sobrevive sem confiança!

Psiquê fica sozinha, e desesperada com seu erro, no imenso palácio. Precisa reconquistar o Amor perdido.

Eros voa pela janela e Psiquê tenta segui-lo, cai da janela e fica desmaiada no chão. Então o castelo desaparece. Psiquê volta para a casa dos pais, onde reecontra as irmãs que fingem piedade para com a irmã.

 Acreditam que o lindo Eros, solteiro, as aceitaria e seguem em direção ao belo palácio. Chamam por Zéfiro e, acreditando estar seguras pelo mordomo invisível, se jogam e caem no precipício.
Psiquê caminha noite e dia, sem repouso nem alimentação. Avista um belo templo no cume de uma montanha e acreditando encontrar seu amor escalou a montanha. Ao chegar no topo depara-se com montões de trigo, centeio, cevada e ferramentas, todas misturadas e ela os separa e organiza. O templo pertencia a deusa Deméter, grata pelo favor da bela moça lhe diz o que fazer para reconquistar o marido. Primeiro ela precisaria conseguir o perdão da sogra.

Dali em diante, Psiquê vaga pelo mundo à procura do amor perdido. Desesperada, no início, ela considerou suicidar-se e se jogou em um rio que estava próximo, mas as águas levaram-na delicadamente para a margem oposta, onde ela encontra o deus Pan, que a consola e a conselha procurar a deusa do amor.
E assim , ela  resolve consultar-se num templo de Afrodite. A deusa, já cientificada de que fora enganada, e mantendo Eros sob seus cuidados, decide impor à pobre alma uma série de tarefas, esperando que delas nunca se desincumbisse ou que tanto se desgastasse que perdesse a beleza. Psiquê, então fora perseguida pela ira de Afrodite e forçada pela deusa a submeter-se a uma série de terríveis provações.

Os Quatro Trabalhos de Psiquê:


OS GRÃOS: A princesa foi colocada num quarto onde uma montanha de grãos de diversos tipos tinha sido misturada. Psiquê devia separá-los, conforme cada espécie, no espaço de uma noite. A jovem começou a trabalhar, mas mal fizera alguns montículos e adormece extenuada. Durante seu sono, surgem milhares de formigas que, grão a grão, os separam do monte e os reúnem consoante sua categoria. Ao acordar, Psiquê constata que a tarefa fora cumprida dentro do prazo.



A LÃ DE OURO: Afrodite pediu, então, que a moça lhe trouxesse a lã de ouro do velocino de ouro. Após longa jornada, Psiquê encontra os ferozes animais, que não deixavam que deles se aproximassem. Uma voz surge de juncos num rio e a aconselha: ela deve procurar um espinheiro, junto a onde os carneiros vão beber, e nas pontas dos espículos recolher toda a lã que ficara presa. Cumprindo o ditame, Psiquê realiza a tarefa, enfurecendo a deusa.


ÁGUA DA NASCENTE: Afrodite então lhe pede um pouco da suja água da nascente do Rio Estige. Mas a nova tarefa logo se revela impossível: o Estige nascia de uma alta montanha tão íngreme, que era impossível escalar. Levando um frasco numa das mãos, a princesa queda-se ante a escarpa que se erguia à sua frente, quando as águias de Zeus surgem, tomando-lhe o frasco, voam com ela até o alto, enchendo-o. O trabalho, mais uma vez, foi realizado.


BELEZA DE PERSÉFONE: 

Afrodite percebeu que teria de usar de meios mais poderosos. Inventando que tinha perdido um pouco de sua beleza por cuidar do ferimento de Eros, pede a Psiquê que, no Reino dos Mortos (o País de Hades, também chamado de Campos Elísios ou Érebo), pedisse à sua rainha, Perséfone, um pouco de sua beleza. A deusa estava certa de que ela não voltaria viva. Mais uma vez, Afrodite se engana. Psiquê convence Perséfone a encher uma caixa com a sua beleza para Afrodite. Psiquê está indo de volta a Afrodite, quando pensa que sua beleza havia se desgastado depois de tantos trabalhos, não resiste e resolve abrir a caixa. Cai em sono profundo, Eros, já curado, de sua queimadura vai ao socorro de sua amada, põe de volta o conteúdo para a caixa, desperta Psiquê e ordena-lhe que entregue a caixa à mãe dele.



Enquanto Psiquê entrega a caixa a Afrodite, Eros vai a Zeus e suplica que advogue em sua causa. Zeus concede esse pedido e posteriormente consegue a concordância de Afrodite. Hermes leva Psiquê à Assembleia celestial e ela é tornada imortal. Finalmente, Psiquê ficou unida a Eros e mais tarde tiveram uma filha, cujo nome foi Prazer.


O mito de Eros (o amor) e Psiquê (a alma) retrata a união entre o amor e a alma. 




O que representava e importância:


Em grego "psiquê" significa tanto "borboleta" como "alma". Uma alegoria à imortalidade da alma, simboliza também a alma humana provada por sofrimentos e aprovada, recebendo como prêmio o verdadeiro amor que é eterno.

O  mito de Eros e Psique representa o desenvolvimento,  o amadurecimento dos sentimentos, e a capacidade do relacionamento com outra pessoa que superando os sofrimentos nunca mais separaram-se. 




PAN



Na mitologia,  o grande deus Pan , é o deus dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores, venerado pelos  gregos  como o Grande Todo. 

Pan era filho de Hermes e da ninfa Dríope. Quando nasceu, ele era tão feio, com chifres, barba, cauda e patas de bode , que a sua mãe fugiu apavorada .  Hermes o levou para o Olimpo para entreter os deuses. 
Pan assombrava os bosques e os pastos da Arcádia, e personificava o espírito fértil e fálico da natureza selvagem e indomada. Ocasionalmente ele podia ser amigável com os homens, vigiando seus rebanhos, gado e colmeias. Também participava das festas das ninfas das montanhas e ajudava os caçadores a encontrarem suas presas.

Em certa ocasião, Pan apaixonou-se pela ninfa Siringe, que rejeitou com desdém o seu amor, recusando-se a aceitá-lo como seu amante pelo fato de ele não ser nem homem, nem bode. 


Pan então perseguiu-a, a casta ninfa Siringe até o rio Ladon. Ao chegar à margem do rio Ladon e vendo que já não tinha possibilidade de fuga, Siringe, para fugir dos indesejáveis abraços peludos, pediu às ninfas dos rios, as náiades, que mudassem a sua forma. Estas, ouvindo as suas preces, atenderam ao seu pedido e a transformaram em um feixe de caniços.  Quando Pan a alcançou e quis agarrá-la, não havia nada, exceto os caniços e o som que o ar produzia ao atravessá-lo. Ao ouvir aquele som, Pan ficou encantado.  Como não podia individualizá-la dos outros, ele resolveu então juntar caniços de diferentes tamanhos, inventando um instrumento musical ao qual chamou de siringe em honra à ninfa. Esse instrumento musical é mais conhecido pelo nome de flauta de Pan, em honra ao próprio deus.

O Seu grande amor no entanto foi Selene, a Lua.



Do nome Pan derivamos a palavra "pânico", afinal ele se divertia provocando pequenos sustos aos viajantes solitários. Ele era desprezado pelos outros deuses que, no entanto, exploravam os seus poderes. Apolo, o deus-Sol, adulando-o, conseguiu dele a arte da profecia; Hermes copiou uma flauta que ele havia deixado cair, declarou ser sua a invenção e vendeu-a a Apolo. 
E foi assim que o deus-Sol recebeu ilicitamente a sua música e o seu dom da profecia do deus da natureza com aspecto de bode, feio e indomado.

 Pan, na mitologia romana é conhecido como:Lupércio ou Lupercus. 




O que representava e importância:


Os latinos chamavam-no também de Fauno e Silvano e tornou-se símbolo do mundo por ser associado à natureza e simbolizar o universo.

Deus Pan reside em grutas e vaga pelos vales e pelas montanhas, caçando ou dançando com as ninfas. É representado com orelhas, chifres e pernas de bode, amante da música, traz sempre consigo uma flauta. É temido por todos aqueles que necessitam atravessar as florestas à noite, pois as trevas e a solidão da travessia os predispunham a pavores súbitos, desprovidos de qualquer causa aparente e que é atribuídos a Pan; daí o termo "pânico".



Em Roma,  Lupércio, é o deus dos pastores e de seu festival, celebrado no aniversário da fundação de seu templo, denominado de Lupercália, nos dias 15, 16 e 17 de fevereiro. Pan é associado com a caverna onde Rômulo e Remo foram amamentados por uma loba. Os sacerdotes que o cultuavam vestiam-se de pele de bode. Nos últimos dias de Roma, os lobos ferozes vagavam próximos às casas. Os romanos então convidavam Lupercus para manter os lobos afastados.





MOIRAS





Na Mitologia Grega , as Moiras ou Parcas, eram as três irmãs que determinavam o destino. Conhecidas como as três deusas do Destino  eram filhas de Nix- a Mãe Noite, concebidas sem pai.

As três irmãs que determinavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos seres humanos.

Eram três mulheres lúgubres, responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos. Durante o trabalho, as moiras fazem uso de um  tear utilizado para se tecer os fios.  As três deusas decidiam o destino individual dos antigos gregos, e criaram Têmis, Nêmesis e as Erínias. Pertenciam à primeira geração divina (os deuses primordiais), e assim como Nix, eram domadoras de deusas e homens.


As Moiras eram: Cloto fiava, Láquesis media e Atropos, cujo nome significa "aquela que não pode ser evitada", cortava.

Cloto  em grego significa "fiar", segurava o fuso e tecia o fio da vida. Junto de Ilítia, Ártemis e Hécata, Cloto atuava como deusa dos nascimentos e partos.
Láquesis  grego significa "sortear" puxava e enrolava o fio tecido, Láquesis atuava junto com Tique, Pluto, Moros e outros, sorteando o quinhão de atribuições que se ganhava em vida.
Átropos  em grego significa "afastar", ela cortava o fio da vida, Átropos juntamente a Tânato, Queres e Moros, determinava o fim da vida.


 As três teciam o fio da vida humana na escuridão secreta da caverna e seus trabalhos não podiam ser desfeitos por deus algum, nem mesmo por Zeus. Uma vez que o destino de um indivíduo fosse tramado, ele seria irrevogável e não poderia ser alterado; e a extensão de vida e a época da morte fariam parte do destino que as Moiras estabeleces­sem. 
Se alguém tentasse desafiar o destino, tal como alguns heróis o fizeram, ele era afetado pelo que se chamava de "hubris" ou "hybris", que significa arrogância aos olhos dos deuses. É claro que esse indivíduo não podia fugir ao seu destino e, às vezes, sofria um terrível castigo infligido pelos deuses por tentar superar os limites estabelecidos pelas Moiras. Dizem que certa vez Apolo, o deus-Sol, zombou e embriagou as Moiras para poder salvar da morte o seu amigo Admeto. Mas geralmente se acreditava que o próprio Zeus temia as donas do destino por não serem filhas de qualquer deus, mas a progênie das profundezas da Noite, o mais antigo poder do Universo.



Na mitologia romana elas eram conhecidas por Parcas chamadas Nona, Décima e Morta, que tinham respectivamente as funções de presidir a gestação e o nascimento, o crescimento e desenvolvimento, e o final da vida; a morte; notar entretanto, que essa regência era apenas sobre os humanos.


O que representava e importância:


Moira, no singular, era inicialmente o destino; representava uma lei que pairava sobre deuses e homens, pois nem Zeus estava autorizado a transgredi-la sem interferir na harmonia cósmica. São conhecidas também como  as fiandeiras. 
Os poetas da antiguidade descreviam as moiras como donzelas de aspecto sinistro, de grandes dentes e longas unhas. Nas artes plásticas, ao contrário, aparecem representadas como lindas donzelas. 




ECO



Na mitologia, Eco era uma bela jovem ninfa grega, era uma das Oréades, as ninfas das montanhas, e adorava sua própria voz. Eco amava os bosques, os montes e os lagos, onde muito se distraía. Era querida pela deusa Ártemis, a quem acompanhava em suas caçadas. Tinha, no entanto, um defeito: falava demais e sempre queria dar a última palavra em qualquer conversa ou discussão.

Em certa ocasião, Hera desconfiou, com razão, que seu marido Zeus se divertia com as ninfas. E como Zeus adorava estar entre as belas ninfas, visitava-as com grande frequência. Suspeitando dessas ausências do esposo, Hera veio à terra a fim de flagrá-lo com suas amantes.
Sendo a prolixa Eco a única do grupo que não divertia-se com Zeus, o deus resolveu usar do dom da fala de Eco para distrair a esposa, a fim de continuar seu adultério.
Enquanto as ninfas se escondiam de Hera, Eco tentou distraí-la com uma conversa, intentou salvar suas amigas, falando com Hera ininterruptamente, de forma a possibilitar que o deus e as outras ninfas escapassem.  

Hera logo descobriu o ardil e finalmente conseguiu livrar-se dela , chegando ao campo onde os amantes estavam, encontrou-o deserto. Percebendo que tinha sido lograda, resolveu castigá-la. Eco não teria mais o poder de iniciar uma conversa, apenas de ter a última palavra, só seria capaz de falar repetindo o que os outros dissessem. A ninfa perdia assim seu mais precioso dom, aquilo que mais amava.

Eco, enquanto vagava em seu sofrimento, noutra parte havia um homem chamado Narciso. Era ele tão belo que mulheres e homens ao verem-no logo se apaixonavam. Mas Narciso, que parecia não ter coração, não correspondia a ninguém.

Certo dia, vagando Eco pelos bosques, encontrou o belo mancebo por quem, claro, caiu de amores. Como não podia falar-lhe, limitou-se a segui-lo, sem ser vista.

O jovem, porém, estando perdido no caminho, perguntou: "Tem alguém aqui?"  Ao que obteve apenas a resposta: "Aqui, aqui, aqui…".
Narciso intimou a quem respondia para sair do esconderijo. Eco apareceu-lhe e, como não podia falar, usou as mãos para em gestos dizer do grande amor que lhe devotava. Narciso, chateado com a quantidade de pessoas a amarem-no, rejeitou também à bela ninfa.
A pobre Eco, tomada de desgosto, rezou para que Afrodite lhe tirasse a vida. A deusa, entretanto, tanto gostou daquela voz, que deixou-a viver, porém condenou Narciso a apaixonar-se pelo seu próprio reflexo no lago de Eco. 
Um dia, passeando pela campina tespiana, Narciso chegou no lago que era alimentado por uma fonte de água cristalina e nunca fora perturbado por gado, pássaros, animais selvagens, homens e nem mesmo pelos galhos das árvores que o sombreavam. Procurando saciar a sua sede, ele se ajoelhou e viu o seu reflexo na água, pelo qual se apaixonou imediata e perdidamente.



Primeiro ele procurou abraçar e beijar o lindo rapaz que o confrontava, mas logo ele se reconheceu e ficou se admirando naquele lago, hora após hora. Encantado pela sua própria beleza, Narciso deitou-se no banco do rio e definhou, olhando-se na água e se embelezando. Depois da sua morte, Afrodite o transformou numa flor, narciso, a qual Eco admira todos os dias.


NARCISO


Na mitologia grega, Narciso ou O Auto-Admirador , era um herói do território de Téspias, Beócia, famoso pela sua beleza e orgulho. Era filho do deus-rio Cefiso e da ninfa Liríope. No dia do seu nascimento, o oráculo Tirésias vaticinou que Narciso teria vida longa desde que jamais contemplasse a própria figura. 

Na mitologia, Narciso era um rapaz plenamente dotado de beleza. Seus pais eram o deus do rio Céfiso e da ninfa Liríope. Dias antes de seu nascimento, seus pais resolveram consultar o oráculo Tirésias para saber qual seria o destino do menino. E a revelação do oráculo foi que ele teria uma longa vida, desde que nunca visse seu próprio rosto.Sua mãe, advertida pelo óraculo Tirésias, nunca permitira que o garoto visse o seu próprio reflexo. Portanto, ele não tinha noção de sua própria identidade.
Narciso cresceu e se transformou um jovem bonito de Boécia. Qualquer um poderia se apaixonar por Narciso, mesmo como criança, e seu caminho estava repleto de pretendentes que despertava amor tanto em homens e mulheres, mas era muito orgulhoso e ninguém conseguia quebrar a sua arrogância. Até as ninfas se apaixonaram por ele, incluindo uma chamada Eco que o amava incondicionalmente, mas o rapaz a menosprezava. As moças desprezadas pediram aos deuses para vingá-las. Para dar uma lição ao rapaz frívolo, a deusa  Afrodite o condenou a apaixonar-se pelo seu próprio reflexo no lago de Eco.

Um dia, passeando pela campina tespiana, Narciso chegou no lago. Esse lago era alimentado por uma fonte de água cristalina e nunca fora perturbado por gado, pássaros, animais selvagens, homens e nem mesmo pelos galhos das árvores que o sombreavam. Procurando saciar a sua sede, ele se ajoelhou e viu o seu reflexo na água, pelo qual se apaixonou imediata e perdidamente.
Primeiro ele procurou abraçar e beijar o lindo rapaz que o confrontava, mas logo ele se reconheceu e ficou se admirando naquele lago, hora após hora.  Encantado pela sua própria beleza, Narciso deitou-se no banco do rio e definhou, olhando-se na água e se embelezando. Depois da sua morte, Afrodite o transformou numa flor, narciso.

Até em sua morte, ele tentava ver nas águas do Estige as feições pelas quais se apaixonara.  A flor narciso é tão bela que   atraiu Perséfone, filha de Deméter, para longe das suas companheiras e permitindo que Hades a raptasse.



Na mitologia romana, seu equivalente é Valentim; ainda que este seja pouco representado e comumente confundido com Cupido.



O que representava e importância:


O narcisismo tem o seu nome derivado de Narciso e ambos derivam da palavra Grega narke, "entorpecido" de onde também vem a palavra narcótico. Assim, para os gregos, Narciso simbolizava a vaidade e a insensibilidade, visto que ele era emocionalmente entorpecido às solicitações daqueles que se apaixonaram pela sua beleza. 


Mas Narciso não simboliza apenas mera negatividade: "o mito de Narciso representa  o drama da individualidade"; "ele mostra, isto sim, a profundidade de um indivíduo que toma consciência de si mesmo" em si mesmo e perante a si mesmo, ou seja, no lugar onde experimenta os seus dramas humanos 

A parábola de Narciso tem sido uma grande fonte de inspiração para os artistas há pelo menos dois mil anos, começando com o poeta romano Ovídio (livro III das Metamorfoses). 



HIPÓLITO




Na mitologia, Hipólito filho de Teseu e de Hipólita rainha das amazonas, que herdou da mãe o gosto pela caça e pelos exercicios violentos.



Cultuava Ártemis a quem dedicou sua vida e fez voto de celibato e recusou-se a honrar ou fazer ritos a Afrodite, por ela ser a deusa do amor e ele desprezava o sentimento. 

Afrodite, com raiva, enciumada, vingou-se fazendo Fedra, segunda esposa de Teseu, apaixonar-se por seu enteado, jovem e casto.
Fedra tentou resistir à paixão, lutou contra seu desejo ilícito e ficou doente. 



Finalmente, uma criada descobriu a causa de sua miséria e falou a Hipólito em favor dela. Ao ser informado por uma serva do amor que lhe dedica a madrasta, Hipólito repele-a com veemência. Ele ficou tão insultado e horrorizado diante da sugestão de ter um romance com sua madrasta que irrompeu num discurso longo e alto que ela pode ouvir.


Rejeitada, Fedra suicidou-se deixando uma mensagem a Teseu que acusa falsamente Hipólito de violentá-la. Teseu expulsa o rapaz e invoca a punição de Poseidon que provoca um acidente com a carruagem de Hipólito. 



O jovem conduzia seu carro junto ao mar quando, assustado por um monstro marinho, seus cavalos precipitaram-se pelas rochas causando-lhe a morte. Enquanto Hipólito morre, ouve-se a voz de Ártemis, que revela a verdade a Teseu. Teseu perdeu-se totalmente e resolveu morar na ilha do Esquiro, onde é morto por Licomedes.


Devido a esse ocorrido , Ártemis matou Adônis, o qual, tinha sido relacionado como um dos favoritos de Afrodite, que fora responsável pela morte de Hipólito, que tinha sido um favorito de Ártemis. Portanto, Ártemis matou Adônis para vingar a morte de Hipólito.






ADÔNIS




Adônis , nas mitologias grega, era um jovem de grande beleza que nasceu da relação incestuosas que o rei Cíniras de Chipre manteve, enganosamente, com a sua filha Mirra.

Na mitologia, Afrodite era para Adônis amante e uma mãe de aluguel. Cíniras, o rei de Chipre, teve uma filha muito bela chamada Mirra. A mãe de Mirra, Cencreis, vivia se gabando que sua filha era mais bonita que Afrodite. Então, Mirra foi punida por Afrodite, que a fez desejar o próprio pai. Mirra passou a rejeitar seus pretendentes por causa da sua paixão incestuosa pelo pai. Ela confessou sua paixão para sua criada, que disse a Cíniras que uma jovem prostituta desejava se deitar com ele, mas, secretamente, Mirra se disfarçou de prostituta e dormiu com o pai durante a noite.


Posteriormente, Mirra ficou grávida e foi descoberta por Cíniras. Num acesso de raiva, ele perseguiu-a para fora da casa com uma faca. Mirra fugiu dele, orando aos deuses por misericórdia enquanto corria. Os deuses ouviram sua súplica e a transformaram em uma árvore de mirra para que seu pai não pudesse matá-la.  Posteriormente, Cíniras tirou a própria vida na tentativa de restaurar a honra da família.

Mirra deu à luz um menino chamado Adônis. Afrodite passou pela árvore de mirra e, vendo-o, teve pena da criança. Ela colocou Adônis em uma caixa e o levou para o mundo inferior, para que Hades e Perséfone cuidassem ele. 

Adônis cresceu e se transformou em um jovem extraordinariamente bonito,  acabou despertando o amor de Perséfone e Afrodite, as duas deusas passaram a disputar a companhia do jovem. Perséfone, no entanto, não estava disposta a abrir mão dele e desejava que Adônis ficasse com ela no submundo. As duas deusas começaram a brigar e Zeus foi forçado a interferir, elas tiveram que submeter-se à sentença de Zeus, que decretou que Adônis passaria um terço do ano com cada uma delas, e um terço com quem ele quisesse. Adônis, que amava Afrodite, escolheu passar o resto do ano com ela. Nasce desse mito a ideia do ciclo anual da vegetação, com a semente que permanece sob a terra por quatro meses.
Adônis começou seu ano na Terra com Afrodite. Uma de suas maiores paixões era a caça, e apesar de Afrodite não ser naturalmente uma caçadora, ela praticava o esporte apenas para que pudesse ficar com ele. Eles passaram dia e noite juntos, e Afrodite estava encantada com o jovem. No entanto, ela acabou negligenciando seus deveres como deusa, e para reparar isso foi obrigada a deixar Adônis por um curto período de tempo. Antes de sair, ela deu a Adônis o aviso de não atacar um animal que não demonstrasse medo. Adônis concordou com o seu conselho, mas, por duvidar de sua habilidade como caçadora, rapidamente esqueceu o aviso.

A Deusa grega Afrodite, do amor e da beleza sensual, apaixonou-se por Adônis. No entanto, o deus Ares, da guerra, amante de Afrodite, ao saber da traição da deusa e  incentivado por Ártemis, decide atacar Adônis em forma de javali para matá-lo.


Não muito tempo depois que Afrodite saiu, Adônis se deparou com um enorme javali, muito maior do que qualquer outro que ele já havia visto.  Embora javalis sejam perigosos quando provocados, Adônis ignorou o aviso de Afrodite e perseguiu a criatura gigante. Logo, porém, o animal desferiu um golpe fatal na anca de Adônis, que morreu de perda de sangue.

Afrodite foi avisada,  pelo ventos ao correr entre as selvas para socorrer o seu amante, feriu-se e o sangue que lhe escorria das feridas tingiu as rosas brancas de vermelho. De volta para Adônis, mas era muito tarde para salvá-lo e ela só pôde lamentar sobre seu corpo. Onde o sangue de Adônis caiu, Afrodite transmutou em anêmonas em sua memória. Ela jurou que no aniversário de sua morte, a cada ano, haveria um festival realizado em sua homenagem.

O jovem morto desceu então ao submundo, onde governava ao lado de Hades e sua esposa, a deusa Perséfone, a rainha do submundo, que também apaixonou-se por ele. Posteriormente, Afrodite percebeu que ele estava lá e correu para recuperá-lo, e isso causou um grande desgosto, e as duas deusas tornaram-se rivais. Mais uma vez, ela e Perséfone discutiram sobre quem deveria ficar com Adônis e Zeus interveio. Desta vez, ele disse que Adônis deveria passar seis meses com Afrodite e seis meses com Perséfone, a forma como deveria ter sido em primeiro lugar.


O que representava e importância:

A morte de Adônis, deus oriental da vegetação, tornou-se o simbolo da vegetação que morre no inverno (descendo ao submundo e juntando-se a Perséfone) e regressa à Terra na primavera (para juntar-se a Afrodite).

Na Grécia da época helenística, deitava-se Adônis morto num leito de prata, coberto de púrpura. As oferendas sagradas eram frutas, rosas, anêmonas, perfumes e folhagens, apresentados em cestas de prata. As mulheres gritavam, soluçavam e descabelavam-se. No dia seguinte, atiravam-no ao mar com todas as oferendas. Ecoavam cantos alegres, uma vez que Adônis, com as chuvas da próxima estação, deveria ressuscitar.

Foi exatamente para perpetuar a memória de seu grande amor oriental que Afrodite instituiu na Síria uma festa fúnebre, que as mulheres celebravam anualmente, na entrada da primavera. Para simbolizar "o tão pouco" que viveu Adônis, plantavam-se mudas de roseiras em vasos e caixotes e regavam-nas com água morna, para que crescessem mais depressa.



BELEROFONTO




Na mitologia grega, Belerofonte foi um herói, venerado na Lídia e em Corinto. Filho de Poseidon com Eurimedeia, filha de Niso, rei de Mégara e esposa de Glauco (o qual adotou) , filho de Sísifo, da casa governante de Corinto, dono do cavalo alado Pégaso.

Na mitologia refere-se também aos laços de hospitalidade que teria tido com Eneu, rei de Cálidon. Era irmão de Belero , tirano da sua cidade natal, que matou involuntariamente. O seu nome, Belerofonte, pode ser interpretado,  como "aquele que matou Belero".

Belerofonte teve de fugir de Corinto, sua terra natal, por haver matado acidentalmente o seu próprio irmão Belero. Considerado impuro devido a esta morte, procurou refúgio no santuário na corte do rei Preto de Tirinto, que o acolheu e o "purificou".
A esposa do rei, Anteia, apaixonou-se pelo impetuoso, tentou seduzi-lo, ao ser rejeitada pelo jovem, o acusou diante do rei Preto de tentar seduzi-la. Acreditando na história da esposa, o rei decidiu destruí-lo. Preto que agravado pela suposta afronta, o enviou para a corte de Ióbates, rei da Lícia, seu sogro, com o pedido de que o matasse.

Ióbates, contudo, só leu o pedido do genro depois de o ter recebido como hóspede e ter partilhado com ele uma refeição e, segundo a lei sagrada da hospitalidade, não o poderia matar.


Movido pelo desejo de Preto, Ióbates encarrega-o de uma aparente missão fatal. Belerofonte muito dificilmente sairia vivo: matar o monstro Quimera, que soprava fogo e devastava a região, atacando rebanhos. Belerofonte, contudo, teve a sorte de ser ajudado por um adivinho que o instruiu  como capturar e domar Pégaso. 


Encontrou o cavalo e jogou sobre a sua cabeça uma rédea dourada que Atena lhe havia dado. Ele então venceu a Quimera voando sobre ela no dorso de Pégaso, enchendo-a de flechas e arremessando a sua lança, em cuja ponta havia colocado uma bola de chumbo, na boca do monstro; o fogo que a Quimera soprava derreteu o chumbo que, líquido, escorreu em sua garganta, matando-a.



Ióbates encarregou-o, então, de várias missões arriscadas, tentando em vão que este fosse morto: envia-o em luta contra o povo guerreiro dos Sólimos, que derrota; depois, contra as amazonas, que também chacina em grande número. Desesperado, Ióbates organiza uma emboscada com alguns dos mais corajosos dos lídios, que perecem, contudo, perante a bravura de Belerofonte. Preto fica convencido, então, de que Belerofonte só pode ter origem divina e, justificando-se com a carta do seu genro, dá-lhe a mão da sua filha,  Anticleia, de quem teria os filhos Isendro e Hipóloco, bem como Laodamia, mãe de Sarpedão.


Orgulhoso dos seus feitos, Belerofonte tornou-se arrogante e prepotente. No auge de sua sorte, com presunção, decidiu voar até o Monte Olimpo montando Pégaso, como se fosse imortal. Mas Zeus, furioso, enviou uma vespa para picar Pégaso por baixo da cauda, fazendo-o empinar, desmontando Belerofonte, que despencou vergonhosamente para a terra, e caiu no chão, que por mando de Atena tornou-se macio, portanto Belerofonte não morreu com a queda, mas sim como um mendigo aleijado procurando Pégaso.



O que representava e importância:



Em Corinto, Belerofonte era um "herói nacional", objeto de um culto heróico. Muitas cunhagens de moeda em Corinto receberam, por isso, a imagem alada de Pegasus em uma das faces, com ou sem Belerofonte montado nele.



ATALANTA




Na mitológica grega, Atalanta, é uma das Abantíades, a Caçadora, frustrada no amor em virtude de seus ideais demasiadamente altos.

Atalanta, cujo nome significa "Indómita", era filha do rei Jásio que esperava ansiosamente por um herdeiro. O nascimento de Atalanta o decepcionou tão cruelmente que ele a abandonou em uma colina perto de Calidonte. Mas a criança foi adotada e amamentada por uma ursa que as deusas  Lunares, Ártemis-Hécate, enviou em sua ajuda. Atalanta cresceu em uma comunidade de caçadores que a encontraram e a educaram. Ela zelava por sua virgindade e sempre portava suas armas. Tornou-se também caçadora, protegida por Ártemis. Muito ágil, era tão rápida "que poderia competir com os deuses Hermes e Íris" os deuses mais rápidos.

Atalanta, chegando à idade adulta, ainda não se reconciliara com o pai, que se recusava a reconhecê-la. E o jovem herói Meleagro, filho do deus da guerra Ares, que, logo após seu nascimento, sua mãe ficou sabendo que, quando a tora que estava na lareira fosse consumida, Meléagro morreria, assim, ela apagou o fogo com água e escondeu a tora, e ele cresceu e se tornou o melhor arremessador de lanças da Grécia. Meleagro, apaixonou-se por Atalanta, que recusou-se em ceder ao destino comum de uma mulher.

Atalanta realizou muitos feitos guerreiros famosos, inclusive a famosa caça ao javali calidônio, durante a qual ela lutou ao lado dos homens e desferiu o primeiro golpe ao javali. Atalanta, foi a primeira a acertar o javali com uma flecha nas costas, seguida de Anfiarau, que o atingiu no olho. Quando Meleagro matou-o atingindo-o no flanco, deu a pele do javali a Atalanta. 

Os filhos de Téstio, invejosos de que uma mulher tivesse recebido o prêmio, a tiraram de Atalanta. Meleagro, furioso, matou seus dois tios, os filhos de Téstio e entregou a pele a Atalanta, porém sua mãe, Althaea, triste com a morte dos irmãos, lembrou-se da profecia e jogou a tora no fogo, causando assim a morte de seu filho; em seguida Althaea e Cleópatra, esposa de Meleagro, se enforcaram.

Finalmente, orgulhoso pelo feito, seu pai reconheceu-a e prometeu encontrar-lhe um marido nobre. Mas Atalanta protestou dizendo: "Pai, concordo, mas com uma condição. Qualquer pretendente à minha mão deve primeiro derrotar-me em uma corrida a pé. Se não conseguir, deixe-me matá-lo".

E assim seu pai determinou que ela poderia se casar apenas com quem a vencesse na corrida, e os que fossem derrotados seriam mortos por Atalanta, que os trespassava com uma lança.

Muitos jovens já haviam perdido a vida tentando derrotar Atalanta, quando surgiu um novo pretendendente de nome Hipômenes, filho de Megareu. 


Hipômenes sabia que ele não poderia ganhar Atalanta numa corrida e implorou ajuda a Afrodite, que, como deusa do amor, não gostava da rejeição de Atalanta ao sentimento. Então Afrodite lhe deu três maçãs de ouro sagradas de Tâmaso, Chipre, do jardim das Hespérides, dizendo para Hipômenes que as deixasse cair um a um  no decorrer da corrida com Atalanta. 







Quando Atalanta via os pomos no chão, deslumbrada com sua beleza, parava para apanhá-los, fazendo com que Hipômenes passasse à sua frente. Desta forma Hipômenes venceu a corrida e se casou com Atalanta.


Mas ele estava malfadado, pois Hipômenes, depois de se casar com Atalanta, esqueceu de glorificar Afrodite.Embora seja considerada a deusa do amor, Afrodite era impiedosa  quando ela privilegiava os mortais e eles não a honravam, como Hipômenes, que não teria pago a Afrodite os devidos tributos por ela tê-lo ajudado na corrida. Afrodite se vingou levando Hipômenes a persuadir Atalanta a se deitar com ele no templo de Reia, que, irada pelo sacrilégio, os transformou em leões.



ZÉFIRO



Na mitologia grega, Zéfiro é o jovem governante do Vento do Oeste. O império dos quatro ventos surgiu da união de Eos, deusa da Aurora com Astreu, a personificação de um céu noturno claro e estrelado.

Zéfiro é um dos filhos de Aurora e Astreu, sendo seus irmãos Bóreas, Noto e Eurus. Noto era o Vento do Sul e Euro era o Vento do Leste; mas os filhos mais poderosos dessa união da aurora com o céu noturno eram Bóreas, o Vento do Norte e Zéfiro o Vento do Oeste. Juntos, esses dois irmãos eram venerados como as forças selvagens e destrutivas da natureza; imaturos e desenfreados, eles se divertiam em provocar tempestades e em agitar as ondas do mar.


De natureza elemental, Zéfiro vivia com seu irmão Bóreas nas cavernas montanhosas da Trácia e montava as nuvens para soprar o seu ameaçador Vento do Oeste. O jovem era de natureza despeitosa e maliciosa. De sua união com Podarge, uma das horríveis Harpias, nasceram os dois cavalos selvagens que conduziram a carruagem do herói Aquiles durante a Guerra de Tróia. O mito do vento Zéfiro diz, também, que este fecundava as éguas de certa região da Lusitânia tornando os cavalos dessa zona invulgarmente velozes.

Mais tarde o temperamento de Zéfiro abranda-se, mas o do irmão continua o mesmo. Isso porque o Vento do Oeste se casa com a linda e gentil íris, a mensageira feminina dos deuses e guardiã do arco-íris. Como consequência dessa união, Zéfiro finalmente se transforma em um vento suave que gentilmente ventilava e abençoava as regiões do Eliseu, onde as almas dos heróis residiam em eterna tranquilidade.
Zéfiro é também considerado uma brisa suave ou vento agradável, pois era o mais suave de todos os ventos tido por benfazejo, frutificante e mensageiro da Primavera.



Na história de Psiquê foi Zéfiro quem serviu a Eros transportando Psiquê até sua morada.

O seu equivalente na mitologia romana é Favónio (Favonius, ‘favorável’), que exercia o domínio sobre a fauna e a flora, podendo controlar as plantas e os animais.




ÍRIS



Na mitologia grega, Íris era a deusa do arco-íris e mensageira de Hera, rainha dos deuses.Íris era a contraparte feminina de Hermes, o emissário de Zeus.

Íris era a filha de Taumante e de Electra (filha de Oceano); Taumante era filho do Mar (Ponto) e da Terra (Gaia), e Electra era uma das oceânides, as filhas de Oceano e Tétis. Íris é casada com Éolo.Suas irmãs eram as Harpias: Aelo e Ocípite.

Íris era a personificação do arco-íris e mensageira dos deuses. Como o arco-íris para unir a Terra e o céu. Íris é a mensageira dos deuses para os seres humanos.Ela  era amada tanto pelos deuses quanto pelos mortais por causa de sua natureza bondosa e afetuosa. 


Se Hera ou Zeus quisesse transmitir uma mensagem aos homens, íris voava ligeiramente para a Terra, onde assumia feições humanas ou aparecia em sua forma divina. 


Ela fendia o ar tão rápido quanto o próprio vento Zéfiro, que era o seu consorte. Outras vezes ela deslizava pelo arco-íris que fazia ponte entre o Céu e a Terra.  Ela transpunha as águas com a mesma facilidade e, até, o Submundo abria-se para ela quando, a pedido de Zeus, ali se dirigia para reabastecer o seu cálice com água do rio Estige, da qual os imortais se serviam para se proteger dos feitiços malignos. Quando os deuses voltavam de suas jornadas para o Olimpo, íris desatrelava os cavalos de suas carruagens e servia néctar e ambrósia aos viajantes.


Não era uma deusa considerada mal apesar de nas histórias ter ajudado Hera junto de Loucura a acabar com a família de Hércules.

Íris não somente entregava as mensagens de Hera, mas também executava as suas vinganças, apesar de mais frequentemente oferecer ajuda e assistência. Ela preparava o banho de Hera, ajudava-a com a sua toalete e, dia e noite, permanecia ao pé do trono de sua patroa. Em uma versão da Mitologia, foi íris e não Afrodite que deu à luz Eros, o deus do amor.


O que representava e importância:



Íris é representada como uma virgem com asas de ouro, que se move com a leveza do vento de um lado para outro do mundo, nas profundezas dos oceanos e no mundo subterrâneo (Hades). Ela é especialmente a mensageira de Hera, e é associada com Hermes.



HERMAFRODITO








 Na Mitologia, Hermafrodito  era um deus grego,  filho de Hermes e de Afrodite, equivalente a Afrodito. Este representa a fusão dos dois sexos e não tem gênero definido.Teria nascido  uma criança de gênero masculino que se transformou posteriormente num ser andrógino por haver se unido à ninfa Salmacis. Foi a partir deste mito que se batizou os conceitos de hermafrodita e hermafroditismo.

 Originalmente, Hermafrodito, nascera  um menino extremamente bonito, mas para esconder o seu nascimento ilícito, Afrodite imediatamente o confiou às ninfas. De acordo com a mitologia Hermafrodito, foi levado pelas ninfas até o Monte Ida, uma montanha sagrada da Frígia,  que o criaram na floresta.

Quando atingiu quinze anos, sentindo-se enfadado do lugar, viajou para as cidades da Lícia e de Cária. Ele era um jovem selvagem cujo principal prazer era caçar nos bosques da montanha, e estava nos bosques da Cária, perto de Halicarnasso,  quando encontrou Salmacis, uma náiade, em sua morada numa lagoa.

A ninfa Salmácis, que governava o lago,tomada de luxúria ante a beleza do jovem, apaixonou-se por ele. Ela declarou o seu amor a Hermafrodito , tentou seduzi-lo, mas foi rejeitada.


Quando pensou que ela havia ido embora, Hermafrodito chegou às margens do lago límpido, cujo frescor convidativo fez com que despiu-se,  entrou nas águas vazias do lago e ali se banhasse.  Salmacis então saiu de trás de uma árvore e mergulhou, enlaçando o moço, o abraçou e o cobriu de beijos.




O tímido jovem tentou rejeitá-la, mas Salmácis, beijando-o violentamente, tocando em seu peito, invocou aos deuse para  nunca    mais separá-los e ele continuou resistindo.
Enquanto ele lutava por desvencilhar-se,  a ninfa gritou:

 "Ó deuses! Façam com que jamais algo me separe dele ou ele de mim!" Imediatamente, seu desejo foi concedido, seus dois corpos foram unidos e se tomaram um só. 



Seus corpos se misturaram numa forma intersexual, Hermafrodito, aflito e envergonhado, fez então seu próprio voto, amaldiçoando o lago de forma que todo aquele que ali se banhasse seria igualmente transmutado, como ele próprio.


O nome Hermafrodito deriva da união dos nomes paternos Hermes e Afrodite, respectivamente Mercúrio e Vênus na mitologia romana.


O que representava e importância:


O mito de Hermafrodito é a imagem da experiência de sermos inteiros e completos. O masculino e feminino representam muito mais do que simples identificações do corpo; são as grandes polaridades que circundam todos os opostos da vida. É o símbolo da integração em potencial dos opostos dentro de uma personalidade e do Mundo que, como sabemos, incorpora o próprio poder primordial instintivo da vida que se devora e se recria eternamente.




 HÉCATE




 Na mitologia grega, Hécate , a antiga deusa do Submundo, regente da Lua, da magia e dos feitiços, é uma deusa, filha dos titãs Perses e Astéria. Hécate, em grego, significa "Todo o Poder","a que opera à distância" ,"vontade", "a que remove ou move" e  "a que alcança longe". 


Porém, a deusa Hécate , era conhecida como a mais próxima de nós, pois se acreditava que, nas noites de lua nova, ela aparecia com sua horrível matilha de cachorros fantasmas diante dos viajantes que por ali cruzavam. 
Ela enviava aos humanos os terrores noturnos e aparições de fantasmas  e espectros.

 Também era considerada a deusa da magia e da noite, mas em suas vertentes mais terríveis e obscuras.

Era associada a Ártemis, mas havia a diferença de que Ártemis representava a luz lunar e o esplendor da noite. Também era associada à deusa Perséfone, a rainha dos infernos, lugar onde Hécate vivia.
Dada a relação entre os feitiços e a obscuridade, os magos e bruxas da Antiga Grécia lhe faziam oferendas com cachorros e cordeiros negros no final de cada lua nova. Era representada com três corpos e três cabeças, ou um corpo e três cabeças. Levava consigo uma chave ,  uma ou duas tochas nas mãos e com serpentes enroladas em seus braços.

 Hécate era uma divindade tripla: lunar, infernal e marinha.


Hécate uniu-se a Eetes, de quem gerou a feiticeira Circe. O cipreste estava associado a Hécate. Seus animais eram os cachorros, lobos e ovelhas negras. Suas três faces simbolizam a virgem, a mãe e a senhora. Ela transmite o poder de olhar para três direções ao mesmo tempo. 



Com o fim do matriarcado na Grécia, Hécate se tornou a senhora dos ritos e da magia negra. 


As três faces passaram a simbolizar seu poder sobre o mundo subterrâneo, onde morava, ajudando à deusa Perséfone a julgar os mortos; a terra, onde rondava nas luas novas; o mar, onde tinha seus casos de amor. Esse tríplice poder de Hécate é comparável ao tríplice domínio sobre o mar, a terra e o céu.

Nos mitos, seu papel foi sempre secundário. Participou da Titanomaquia ao lado de Zeus, ajudou Deméter a procurar sua filha Perséfone quando esta foi raptada por Hades e combateu Hércules quando ele tentou enfrentar Cérbero, seu cão de companhia no mundo subterrâneo.

Porém, o  próprio Zeus honrou Hécate de tal forma que nunca lhe negou o antigo poder que sempre possuiu: de conceder ou de negar os desejos dos mortais. Suas companheiras no Submundo eram as três Erínias ou Fúrias, que castigavam as ofensas contra a natureza e representavam, de maneira ameaçadora, as três Moiras ou o Destino. E, assim, Hécate é uma das mais antigas imagens da Mitologia, presidindo a magia, o nascimento, a morte, o Submundo e o destino.

Hécate também parece associada à deusa romana Trivia, com a qual foi identificada em Roma.



Os romanos assimilaram Hécate a Trívia, deusa das encruzilhadas, embora a relação dada entre ambas não seja tão perfeita como em outros casos da mitologia. Os marinheiros consideravam-na sua deusa titular e pediam-lhe que lhes assegurasse boas travessias.


O que representava e importância:


Hécate  é uma deusa na religião e mitologia grega, geralmente representada segurando duas tochas ou uma chave, e em períodos mais recentes na forma tripla. Ela é associada a cruzamentos, entradas, fogo, luz, a lua, magia, bruxaria, o conhecimento de ervas e plantas venenosas, necromancia e feitiçaria.


Ela reinara sobre a terra, mar e céu, bem como possuía um papel universal de salvadora , Mãe dos Anjos e a Alma do Mundo Cósmico. Ela era uma das principais deidades adoradas nos lares atenienses como deusa protetora e como a que conferia prosperidade e bênçãos diárias à família.


O viajante do segundo século Pausânias declarou que Hecate foi representada em triplicata pela primeira vez pelo escultor Alcamenes, no período Grego Clássico do final do século 5 a.C. , em uma estátua .


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